IAU remove chuvas de meteoros

IAU INTERNATIONAL ASTRONOMICAL UNIONA International Astronomical Union (IAU), ou União Astronômica Internacional emitiu um relatório trienal 2016-2019, da Comissão F1 – Nomenclatura de Chuvas de Meteoros (COMMISSION F1 / WG Meteor Shower Nomenclature (MSN-WG), atualmente sobre a direção de Diego Janches sobre a lista de chuvas de meteoros, criada em 2006. 

O MSN-WG tem a tarefa de gerir identificação de todas as chuvas de meteoros existentes e recém-descobertas além de  formular nomes exclusivos que mantenham a literatura clara. Para atingir esse objetivo, o Grupo de Trabalho faz a mediação quando surgem problemas de nomenclatura e supervisiona o trabalho dos dados da IAU MDC, que atualiza e mantém a Lista de chuveiros estabelecidos, a Lista de trabalho de chuvas de meteoros e a Lista de chuvas removidas. Um exemplo fundamental desse catálogo definitivo seria facilitar o estabelecimento de associações entre chuvas de meteoros e corpos parentais, inclusive dentre os muitos objetos próximos à Terra que vem sendo descobertos.

Devido à incerteza de medição, estatísticas de baixo número ou lacunas na cobertura temporal, as chuvas de meteoros recém descobertas podem ser nomeadas por diferentes estrelas próximas, que no passado, resultaram no mesmo chuveiro carregando vários nomes. Com o tempo, isso acarretou em uma literatura confusa, na qual os autores não seriam capazes de comparar novas detecções com as descobertas anteriores. Desde o estabelecimento formal do MSN-WG em 2006 na 26a. Assembléia IAU no Rio de Janeiro, foi mantida uma lista oficial, com um sistema de nomes e numeração que tornou possível que os autores reconheçam quando uma chuva de meteoros é estabelecida, foi previamente detectada ou é nova. Esta lista também mantém parâmetros formais do fluxo dos meteoroides e podem ser usados para validar associações parental-fluxo-corpo e estudar modelos dinâmicos da evolução do corpo parentais.

Leia mais: COMO É FEITA A NOMENCLATURA DAS CHUVAS DE METEOROS?

As contribuições para a lista de trabalho são feitas a partir de órbita meteoroide baseada em fotografia, pesquisas baseadas em vídeo, bem como radares omnidirecionais e de feixe estreito, através de pesquisas em muitos países do mundo. As chuvas de meteoros são uma excelente ferramenta para estudar a história, desenvolvimento e origens do Sistema Solar porque são o resultado direto perda de massa cometária através de seu caminho rumo ao sistema solar interno. Todas as partículas de um determinado chuveiro compartilham a mesma origem, permitindo estudar os corpos parentais, sendo conhecido ou não, através de observações orbitais por investigação da poeira e meteoroides que ele produziu em algum momento no passado.

O QUE FOI REMOVIDO NA LISTA DE CHUVAS?

Desde 2016 alguns pesquisadores levantaram algumas inconsistências nos dados da lista de chuvas de meteoros, com mais ênfase em relação a imprecisão dos dados apresentados em chuveiros classificados em pró-tempore. Por exemplo, Koseki (2016) relatou algumas imprecisões  quanto a identificação de chuvas de meteoros no IAC MDC tentando detectar e remover algumas destas, recalculando as órbitas, com base nos dados  de radiantes e suas órbitas, onde os autores encontraram uma mistura na definição de chuveiros.

No relatório em questão, a IAU reconhece que à medida que a tecnologia evoluiu tornando-se mais acessível, o desenvolvimento e a implantação rede de observação não se limitou mais a grandes observatórios ou pesquisas de grupos profissionais. De fato, um dos grandes sucessos da Comissão F1 foi a grande contribuição por astrônomos amadores e  observadores. Esse crescimento rápido aliado a  identificação de chuveiros potencialmente novos por esses grupos tornou as atividades da comissão mais críticas do que nunca.

Entretanto, durante o segundo semestre de 2017, houve uma explosão de submissão de novas chuvas reportadas por observadores brasileiros, aumentando a lista de todos os chuveiros para mais de 900, um salto fora do esperado. A IAU concluiu que, sem dúvida, muitos deles são duplicados ou não existentes, visto que os dados não sofreram analise critica mais profunda, através de publicações específicas.

COMO FICOU A LISTA DE CHUVAS DE METEOROS?

A partir de 2019, todas as chuvas que foram reportadas e classificadas como pró-tempore, principalmente as submetidas por observadores brasileiros, foram removidas completamente da lista, pelas razões citadas acima, fundamentalmente por falta de uma base cientifica mais consistente.

Desta forma, as 112 chuvas estabelecidas foram mantidas, bem como 659 chuvas de trabalho, que serão revisitadas no próximo triênio pela comissão. 

A Exoss mantém sua lista de chuvas de meteoros atualizada conforme as orientações da IAU e as análises das capturas são feitas atendendo os parâmetros por ela publicados, sem ter usado em qualquer tempo as chuvas pró-tempore que não foram devidamente escrutinadas por peer-review e consequentemente publicadas em periódicos especializados.

Edição: Marcelo De Cicco

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