Atividade da Chuva de meteoros Geminids 2018

ORIGEM DAS CHUVAS DE METEOROS

As chuvas de meteoros são os restos das passagens de cometas e também de alguns asteroides que atravessam a atmosfera da Terra.

Os cometas são objetos que ao aproximarem-se do Sol vão sublimando matéria produzindo também grãos de poeira, já os asteroides são corpos massivos e inertes, com formação bem diversa indo de material orgânico, rochas até minerais como Ferro e Níquel por exemplo. Hoje conhecemos cerca de 3540 cometas, distribuídos entre Longo período (> 200 anos), única aparição e de curto período.

Cometas que passam muito próximo de nosso planeta com o período orbital menor que 200 anos e distancia ao Sol menor ou igual a 1.3 UA (unidades astronômicas), são denominados de NECs (Near Earth Comets). Objetos do tipo asteoridal são conhecidos com NEAs e o conjunto desses dois é o que denominamos de NEOS (Near Earth Objects)

Atualmente existem quase 19 mil objetos que se aproximam da Terra, denominados de NEOS.

NEOS se dividem em NEAS e NECs, e a quase totalidade são do NEAs, sendo os NECs em numero infinitamente menor, representando menos de 0,1 % dos NEOS (151 objetos).

CHUVAS CONHECIDAS

A IAU (International Astronomical Union – União Astronômica Internacional) possui uma comissão que trata da catalogação de chuvas e periodicamente revisa o rol de chuveiros, retirando ou renovando periodicamente as chuvas menores dessa listagem, conforme elas são confirmadas ou não.

São aceitas como chuvas estabelecidas apenas 112, dentre as mais conhecidas são: Perseids, Geminids, Leonids, Eta Aquariids e Orionids. 

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

Permitir o levantamento da quantidade de matéria que o sistema Terra-Lua atravessa ao longo de sua trajetória em torno do Sol, auxilia na pesquisa de copos parentais que podem ter atravessado a orbita de nosso planeta, e é um meio preliminar de estudarmos a composição física-química de asteroides e cometas sem que precisemos enviar sondas ao encontro deles.

O QUE É UM RADIANTE?

É um ponto geométrico no céu de onde proveem os meteoros de determinada chuva, que toma o nome da constelação, ou estrela mais próxima, ou mesmo o mês de sua atividade, como é o caso das Geminids que tomam o nome emprestado da constelação de onde seus meteoros veem (constelação de Gêmeos).

DE ONDE VÊM OS GEMINIDS?

Os meteoros Geminids estão associados ao NEO 3200 Phaethon, que pode ter sofrido uma colisão com outro objeto no passado distante para produzir o fluxo de partículas que a Terra passa por dentro, ou então ser um cometa adormecido criando a chuva de meteoros. 

Este objeto orbita o sol a cada 1,4 anos, às vezes, ele se aproxima da Terra e também passa muito perto do Sol, dentro da órbita de Mercúrio e apenas 0,15 unidades astronômicas do sol.

QUANDO OCORRE A GEMINIDS?

A chuva de meteoros Geminids é considerada um dos melhores chuveiros periódicos. Esta chuva ocorre todos os anos, com meteoros brilhantes que podem ser vistos no céu noturno a taxas horarias elevadas, em locais distantes de céus poluídos pela luz. Historicamente não se tem notícias desta chuva antes do século 19.

O astrônomo e matemático Quetelet foi o primeiro a fazer referências acerca de ocorrências de bólidos em 12 de dezembro de 1830. Somente em 1901 observações sistemáticas foram conduzidas por Dole, em Massachusetts – EUA, se concretizando melhor entendimento sobre o radiante Geminids. Assim escreveu Dole: “…depois das Perseidas em agosto, parece que as Geminidas podem ser a chuva mais consistente“.

MÉDIA DE METEOROS HORÁRIA

A média horária começa a aumentar a partir dos primeiros dias de dezembro, podendo atingir cerca de 100 meteoros/hora, no período de máximo e em condições ideais.

COMO OBSERVAR A CHUVA DE METEOROS GEMINIDS?

A atividade da Geminids começa na madrugada de 13 de dezembro de 2018 e estende-se até a madrugada de 14 de dezembro de 2018. Este ano a lua não interferirá na observação. No mapa global a seguir a área destacada em verde é a melhor  para observação. Nota-se que a atividade deste chuveiro é mais intenso no hemisfério norte, ou seja, a taxa média de meteoros horária para o Brasil é menor, portanto veremos menos meteoros. Entretanto, será possível ver a chuva em todo o Brasil, onde estiver com tempo bom.

A melhor forma de observar é procurar um local bem escuro, providenciando conforto para passar a madrugada, um bom agasalho, lanterna, e olhar para o céu escuro, a partir das 23 horas melhorando na madrugada quando a Lua já se deitou. Todas as dicas estão neste vídeo.

  1. É muito importante conhecer sua posição, de início você precisa direcionar-se ao leste;
  2. Elevando seu olhar você encontrará logo acima uma estrela brilhante, de magnitude -1,46, chamada Sirius, da constelação Cão Maior;
  3. Observando a sua esquerda você encontrará as famosas três Marias (da esquerda para direita), Mintaka, Alnilam e Alnitak, da constelação Órion.
  4. A partir das três Marias olhe próximo ao horizonte nas estrelas Castor e Pollux da constelação Gêmeos. O radiante está localizando ao lado esquerdo da estrela Castor.

FICHA TÉCNICA DA ATIVIDADE DA CHUVA DE METEOROS GEMINIDS 2018

• Nomenclatura: Geminids (nomenclatura IAU GEM)
• Corpo parental: objeto 3200 Phaethon
• Período de atividade: 04 a 17 de dezembro
• Pico de atividade: 13 e 14 de dezembro
• Taxa horária zenital: 120 meteoros por hora
• Taxas esperadas: 20 meteoros por hora
• Velocidade estimada: 35 Km/s ou 126.000 Km/h
• Visibilidade: melhor visível no norte e nordeste do Brasil
• Localização no céu: constelação de Gêmeos (as brilhantes estrelas Castor e Pollux)

A Exoss irá ceder imagens de suas estações para uma live sobre a Chuva Geminids no canal parceiro Universo da Astronomia com o Astrope.

Edição: Marcelo De Cicco

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