Os objetos do Cinturão de Kuiper
Em 1950 o astrônomo alemão Jan Hendrik Oort, formulou a hipótese de que os cometas seriam originários de uma vasta região que circunda o Sol, uma espécie de nuvem em forma de concha, cerca de cinqüenta mil vezes mais afastada que a Terra.
Um ano mais tarde, o astrônomo de origem holandesa Gerard Kuiper, sugeriu que alguns desses objetos, tipicamente asteroides, deveriam se concentrar numa faixa contínua localizada nos limites do Sistema Solar.
Essa hipótese foi reforçada pela constatação de que existem populações separadas de cometas (chamadas “famílias de Júpiter”) com indivíduos bastante distintos daqueles provenientes da nuvem de Oort. Eles se movem em volta do Sol em cerca de 20 anos ou menos, contra os milhares ou mesmo milhões de anos de um cometa de Oort, e além disso percorrem suas trajetórias no mesmo sentido e quase no mesmo plano orbital dos planetas.
PREVISÕES EM SIMULAÇÕES DE COMPUTADOR
Finalmente, simulações em computador no início dos anos 80, previram a formação natural do cinturão de asteroides proposto por Kuiper. De acordo com este cenário, os planetas teriam se formado ao redor do Sol a partir da aglomeração de diversos elementos primordiais (os chamados protoplanetas), sendo que os resíduos não aproveitados neste processo foram gradualmente varridos da vizinhança da estrela. Além da órbita de Netuno, o último planeta gigante, ainda deveria haver uma espécie de depósito desses entulhos planetários.
Então, em 1992, Dave Jewitt e Jane Luu, da Universidade do Havaí, descobriram um pequeno objeto, designado 1992QB1, orbitando o Sol além de Netuno a uma distância de cerca de 40 UA. Desde então, mais de mil objetos similares foram descobertos além da órbita de Netuno, e os cientistas calculam que existem várias centenas de milhares de objetos maiores que 20 milhas em espera para serem descobertos naquela vasta região.
Chamamos esse enxame de corpos, de Cinturão de Kuiper, em homenagem ao astrônomo holandês e americano Gerard Kuiper, que especulou sobre a existência de pequenos corpos além de Neptuno na década de 1950. Existe controvérsia sobre quem merece crédito pela ideia. Algumas pessoas chamam de Edgeworth / Kuiper Belt, compartilhando a honra com o cientista irlandês Kenneth Edgeworth, que publicou uma ideia similar na década de 1940. Os habitantes deste reino são chamados de Objetos de Cinto de Kuiper (KBOs), Edgeworth / Kuiper Belt Objects, ou simplesmente Objetos Trans-Neptunianos (TNOs). É muito provável que a maioria dos cometas de curto período de tempo encontrados no sistema solar interno, venham do Cinturão de Kuiper, sendo mantidos lá em armazenamento frio, até que as perturbações aleatórias os empurrem para dentro.
Aproximadamente 80 KBOs têm companheiros, e mais estão sendo descobertos o tempo todo. Muitas vezes, eles são chamados de “KBOs binários” porque os dois objetos têm tamanho semelhante, por isso não está claro qual é o “KBO” e qual é a “lua” O casal mais conhecido é Plutão e Caronte.
Caronte orbita Plutão a cada seis dias, a uma distância de cerca de 10.000 milhas (17.000 quilômetros). Alguns pares têm órbitas muito mais lentas (até 17 anos), e separações maiores (até 60.000 milhas ou 100.000 quilômetros), enquanto outras são muito próximas.
Hoje, existem mais de 1000 objetos conhecidos no cinturão de Kuiper, todos descobertos após 1992. Entre eles está Plutão, que agora pertence a categoria dos planetas anões, Éris (que é maior que Plutão) e também Xena e Quaoar. Já Sedna, descoberto em 2003, tem praticamente toda sua órbita fora dessa região, indo até o limite inferior da nuvem de Oort.
Edição: Carlos Ayres
Fonte: New Horizons
Crédito das Imagens: Domínio Público, NASA / JPL.
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