Observação NEOS Near Earth Objetcs Boletim Junho 2017
Uma extensa população de pequenos corpos, incluindo cometas, pequenos asteroides e meteoroides compõem a população de NEOS (Near Earth Objects). Os NEAs (Near Earth Asteroids) constituem-se de uma grande parcela desses objetos de dimensões acima de dezenas de metros, orbitando próximos a Terra. Alguns estudos apontam também, que uma pequena parte dos NEAs são cometas adormecidos ou extintos (NECs – Near Earth Comets).
A média de existência de um NEO é da ordem de 107 anos, sendo, portanto, creditada a existência de fontes de abastecimento de tais objetos ao longo das eras, já que o tempo de existência de nosso Sistema Solar gira em torno de 4,6 bilhões de anos, isto levaria ao completo esgotamento de tais corpos nas proximidades da Terra.
No que diz respeito a meteoritos que caem na Terra, sua fonte principal são os NEAs, pela sua proximidade ao nosso planeta, embora o grande fluxo de massa de meteoroides origina-se de passagens de cometas, e em menor grau de impactos lunares e marcianos. Grande parte desta massa que penetra na esfera terrestre, queima logo na alta atmosfera (entre 100 a 60 km de altura, em média), sendo, comparativamente, raras as amostras destes detritos que sobrevivem as altas temperaturas de ablação . Estes, chegam em solo terrestre na forma de meteoritos – embora grande parte acabe por se depositar no mar.
Fundamentalmente, para compreendermos a ligação entre NEAs e meteoritos; é fundamental entender o papel dos asteroides (estudar suas características mineralógicas, dentre outras propriedades), pois eles são peça importante para se entender as origens, estrutura e a história dinâmica do Sistema Solar. Estabelecendo as conexões entre meteoritos e os asteroides, estes na qualidade de corpos parentais, permite a elucidação de muitas questões pertinentes a compreensão de nosso Sistema Solar, bem com a formação da Terra.
Além da importante investigação da conexão entre meteoritos – NEAS (ou, genericamente NEOS) – Asteroides, temos também a questão de impactos severos na Terra, causados por grandes massas vindas do espaço. Este é outro ponto importante que deve ser estudado e monitorado para prevenção e mitigação de ameaças catastróficas, como a que ocorreu em Cheljabinsk (https://pt.wikipedia.org/wiki/Meteoro_de_Cheljabinsk) em 2013, e Tunguska, em 1908 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Evento_de_Tunguska).
Nesse sentido a ESA – Agencia Espacial Europeia – participa de um projeto mundial de monitoramento e mitigação de NEOs, através de diversas redes de monitoramento envolvendo astrônomos profissionais e, em pequena escala, astrônomos amadores.
O Brasil participa do esforço de monitoramento e estudos mineralógicos dos NEAS e Asteroides; através do projeto IMPACTON: http://www.on.br/impacton/, utilizando o observatório robótico – OASI; que é o segundo maior observatório astronômico em solo nacional.
Atualmente são descobertos cerca de 100 NEOS por mês. Nas tabelas a seguir, publicamos as estatísticas mais atuais acerca do monitoramento e descoberta de tais objetos, compilados pela ESA.
FATOS:
Cerca de 40 asteroides conhecidos ou não, aproxima-se de cerca de 0.05 unidades astronômicas, cerca de 19 raios lunares de nosso Planeta. Às vezes, como em dezembro do ano passado, grupos de 4 ou 5 NEOS, fazem máxima aproximação no mesmo dia. Seria uma atividade fora do comum?
Aplicando considerações estatísticas, baseadas nas taxas atuais de novos NEOS, e assumindo uma distribuição de probabilidade uniforme de descobertas diárias, não se trata de nada incomum. Grupos de pelo menos 4 objetos, aproximam-se da Terra a cada três meses; e grupos de pelos menos 5 acercam-se de nós aproximadamente três vezes ao ano.
Observações de grupos de NEOs, acabam tornando-se cada vez mais comum, principalmente pela sofisticação de equipamentos, técnicas e cada vez mais observadores monitorando os nossos céus. Exceto, em períodos de Lua cheia, quando seu brilho atrapalha observações em solo terrestre, minimizando contagens de NEOs. Porém, em períodos de Lua nova, as taxas de observação são mais elevadas, pois é o período mais favorável para monitoramento do céu sem que o luar atrapalhe as investigações.
TOTAL DE NEOS DESCOBERTOS ATÉ A PRESENTE PUBLICAÇÃO
(Junho de 2017):
NEOS/Asteroides : 16314
Planetas Anões: 733268
Cometas: 3986
DESCOBERTAS NO MÊS DE Junho:
34 NEOS
104 Planetas Anões
4 Cometas
OBJETOS COM GRANDE APROXIMAÇÂO DA TERRA EM JUNHO 2017: RECENTES APROXIMAÇÕES:
Objetos tiveram aproximações relevantes:
O 2017MC1, com cerca de 2,5 distancia lunar, com aproximação máxima em 30 de Julho, atingindo a magnitude 24.6. Seu tamanho estimado é de 51 metros de diâmetro. E fará seu rasante com uma velocidade relativa de 11.6 Km/h.
O 2017MF, cerca de 1.01. Este foi o mais próximo em Junho e o único a atingir quase 1 distância Lunar. Com cerca de 9 a 28 Metros de diâmetro, fez sua aproximação máxima no dia 19 de junho.
Um objeto com atenção particular:
O (418094) 2017WV4 , de aproximadamente de 900 metros de extensão; fez sua aproximação máxima no dia primeiro de Junho .A distancias de aproximadamente 8 Distância Terra/ Lua.
LISTA DE APROXIMAÇÕES NAS CCERCANIAS DA TERRA – JUNHO/2017:
Nome | Data de Aproximação | Dist min. [AU] | Dist min. [LD] | Diâmetro estimado [m] | Magnitude Máxima [mag.] | Velocidade relativa [km/s] |
|
Nota: 1 Au = uma unidade astronômica que equivale a aproximadamente, 150 milhões de quilômetros.
1 LD = uma distância lunar, que equivale à aproximadamente 384.000 quilômetros
LISTA DE RISCO DE IMPACTO PROBABILIDADE NÃO ZERO
Atualmente, são 628 objetos que fazem parte da lista de risco de impacto. Apresentamos logo abaixo, os 10 NEOS com maior probabilidade (e mesmo assim de risco mínimo) de choque, e com as estimativas da data do impacto. Um objeto atingiu o topo da lista de risco – o 2016NL56. Este infelizmente, pela devida falta de observações atingiu uma escala maior que a esperada. Mas revendo os cálculos de imagens feitos pela ESA, o risco de impacto sofreu um decréscimo.
Dois cometas conhecidos, entraram na probabilidade de risco de impacto nos próximos séculos. O Cometa D/1770L1(Lexell),descoberto no século 16. Devida sua aproximação, pode gerar risco nos próximos séculos. Recentemente O cometa 41/P Tuttle-Giacobini-Kresak, descoberto em 1858,detectado novamente durante observações visuais em 1907 e 1951, depois previsto em 1962, remonta a probabilidade de descobrir milhares de NEOS todos os anos.
Nome do Objeto | Tamanho [m] | Dia/hora | IP | Vel. [km/s] |
29075 1950DA | 2000.0 | 2880-03-16 23:48 | 1/7042 | 17.99 |
2017BL30 | 89.0* | 2029-08-03 13:21 | 1/980 | 13.28 |
410777 2009FD | 150.0 | 2185-03-29 18:06 | 1/694 | 19.41 |
101955 Bennu | 484.0 | 2196-09-24 07:55 | 1/10638 | 12.68 |
2017CH1 | 1200 | 2095-06-04 15:09 | 1/1.57E6 | 21.18 |
2010RF12 | 9.0* | 2095-09-05 23:50 | 1/16 | 12.29 |
1979XB | 860.0* | 2113-12-14 18:07 | 1/1.84E6 | 26.04 |
2000SG344 | 46.0* | 2072-09-13 16:41 | 1/2096 | 11.26 |
99942 Apophis | 375.0 | 2068-04-12 15:13 | 1/531914 | 12.62 |
2016NL56 | 560* | 2020-06-22 15:42 | 1/(1.01 10^9) | 38.43 |
Nota: IP representa; a probabilidade de impacto – Impact Probability
*Incerteza grandes quanto ao tamanho
Fonte: ESA/NEOS/IMP
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