Observação de NEOS – Near Earth Objects – Boletim Novembro 2016
Uma extensa população de pequenos corpos, incluindo cometas, pequenos asteroides e meteoroides compõem a população de NEOS (Near Earth Objects). Os NEAs (Near Earth Asteroids) constituem-se de uma grande parcela desses objetos de dimensões acima de dezenas de metros, orbitando próximos a Terra. Alguns estudos apontam também, que uma pequena parte dos NEAs são cometas adormecidos ou extintos (NECs – Near Earth Comets).
A média de existência de um NEO é da ordem de 107 anos, sendo portanto creditada a existência de fontes de abastecimento de tais objetos ao longo das eras, já que o tempo de existência de nosso Sistema Solar gira em torno de 4,6 bilhões de anos, isto levaria ao completo esgotamento de tais corpos nas proximidades da Terra.
No que diz respeito a meteoritos que caem na Terra, sua fonte principal são os NEAs, pela sua proximidade ao nosso planeta, embora o grande fluxo de massa de meteoroides origina-se de passagens de cometas, e em menor grau de impactos lunares e marcianos. Grande parte desta massa que penetra na esfera terrestre queima logo na alta atmosfera (entre 100 a 60 km de altura, em média), sendo, comparativamente, raras as amostras destes detritos que sobrevivem as altas temperaturas de ablação , e chegam em solo terrestre na forma de meteoritos – embora grande parte acabe por se depositar no mar.
Fundamentalmente, para compreendermos a ligação entre NEAs e meteoritos é fundamental entender o papel dos asteroides (estudar suas características mineralógicas, dentre outras propriedades), pois eles são peça importante para se entender as origens, estrutura e a história dinâmica do Sistema Solar. Estabelecendo as conexões entre meteoritos e os asteroides, estes na qualidade de corpos parentais, permite a elucidação de muitas questões pertinentes a compreensão de nosso Sistema Solar, bem com a formação da Terra.
Além da importante investigação da conexão entre meteoritos – NEAS (ou , genéricamente NEOS) – Asteroides, temos também a questão de impactos severos na Terra, causados por grandes massas vindas do espaço. Este é outro ponto importante que deve ser estudado e monitorado para prevenção e mitigação de ameaças catastróficas, como a que ocorreu em Chelyabinski (https://pt.wikipedia.org/wiki/Meteoro_de_Cheliabinsk), em 2013, e Tunguska, em 1908 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Evento_de_Tunguska).
Nesse sentido a ESA – Agencia Espacial Européia – participa de um projeto mundial de monitoramento e mitigação de NEOs, através de diversas redes de monitoramento envolvendo astronomos profissionais, e, em pequena escala, astronomos amadores.
O Brasil participa do esforço de monitoramento e estudos mineralógicos dos NEAS e Asteróides através do projeto IMPACTON: http://www.on.br/impacton/, uitlizando o observatório robótico – OASI que é o segundo maior observatório astronômico, em solo nacional.
Atualmente são descobertos cerca de 100 NEOS por mês. Nas tabelas a seguir, publicamos as estatísticas mais atuais acerca do monitoramento e descoberta de tais objetos, compilados pela ESA.
Leia também: A conexão entre NEAs e os Meteoritos Terrestres
TOTAL DE NEOS DESCOBERTOS ATÉ APRESENTE DATA DESTA PUBLICAÇÃO (outubro de 2016)
- 15.092 asteroides
- 106 cometas
DESCOBERTAS DE NEOS NO MÊS DE OUTUBRO :
- 183
DESCOBERTA DE NEOS DESDE 1 DE JANEIRO DE 2016 :
- 1561
OBJETOS COM APROXIMAÇÃO ALTA À TERRA EM NOVEMBRO 2016:
Dois objetos farão rasantes neste mês de outubro, já confirmados, no mesmo dia:
- 2013 WM, de pequenas dimensões, apenas 70 metros irá fazer um rasante a aproximadamente 3 distancias lunares, no fim de outubro.
- (433953) 1997 XR2, com um diâmetro de cerca de 300 m.
RECENTES APROXIMAÇÕES
- O mês de outubro apresentou duas aproximações interessantes, :
(164121) 2003 UT1 , um asteroide de dimensões quilométricas, atingindo a magnitude 11, no dia 31 de outubro.
2016 UD, um pequeno NEO , de apenas 20 metros de diâmetro, atingindo uma magnitude aproximadamente 12. No dia 18 de outubro.
MARCO OBSERVACIONAL
Em outubro a lista de NEAs, ultrapassou a marca de 15.000 objetos catalogados, um aumento de 50%, comparado a 2013. Vale lembra que na virada do nosso milênio eram conhecidos apenas 1000 NEOS! Para o futuro as perspectivas são ainda mais profícuas, com a entrada em funcionamento do LSST – Large Synoptic Survey Telescope e do projeto Fly-eye telescope da ESA.
LISTA DE APROXIMAÇÕES À TERRA EM NOVEMBRO – DEZEMBRO DE 2016:
Nome do Objeto | Close Approach Data | Dist min. [AU] | Dist min. [LD] | Diametro estimado [m] | Magnitude Máxima [mag] | Velocidade relativa [km/s] |
2016TG55 | 2016-Nov-04 | 0.0098 | 3.8 | 28.0* | 25.9 | 18.9 | 5.9 |
2016UE | 2016-Nov-05 | 0.0134 | 5.2 | 40.0* | 25.1 | 18.2 | 3.8 |
2002UQ12 | 2016-Nov-07 | 0.05 | 19.4 | 160.0* | 22.1 | 18 | 20.1 |
2004KB | 2016-Nov-10 | 0.0257 | 10 | 260.0* | 21.1 | 117.6 | 13.5 |
2009WX6 | 2016-Nov-11 | 0.0196 | 7.6 | 70.0* | 23.9 | 17.6 | 14.1 |
2016UN5 | 2016-Nov-12 | 0.0484 | 18.9 | 39.0* | 25.1 | 20.1 | 4.9 |
2013WM | 2016-Nov-18 | 0.0081 | 3.2 | 69.0* | 23.9 | 16.4 | 35.5 |
433953 1997XR2 | 2016-Nov-18 | 0.0476 | 18.5 | 280.0* | 20.9 | 16.3 | 6.3 |
2016UY56 | 2016-Nov-18 | 0.0185 | 7.2 | 72.0* | 23.8 | 17.7 | 11.8 |
2016TD18 | 2016-Dec-06 | 0.0458 | 17.8 | 90.0* | 23.3 | 19 | 6.3 |
2008UL90 | 2016-Dec-12 | 0.0391 | 15.2 | 830.0* | 18.5 | 117.1 | 13.2 |
2015YA | 2016-Dec-13 | 0.0247 | 9.6 | 14.0* | 27.4 | 21.6 | 8 |
2015XX169 | 2016-Dec-13 | 0.0191 | 7.4 | 14.0* | 27.4 | 20.3 | 6.4 |
2006LH | 2016-Dec-21 | 0.0372 | 14.5 | 45.0* | 24.9 | 20.1 | 9.4 |
2006XD2 | 2016-Dec-21 | 0.0484 | 18.9 | 260.0* | 21.1 | 17 | 13.6 |
2015YQ1 | 2016-Dec-21 | 0.0159 | 6.2 | 11.0* | 28 | 21 | 12 |
2010XN | 2016-Dec-22 | 0.0208 | 8.1 | 55.0* | 24.4 | 18.5 | 10.9 |
2012YK | 2016-Dec-30 | 0.0433 | 16.9 | 110.0* | 23 | 18.8 | 10.5 |
1 LD = uma distância lunar que equivale à aproximadamente 384.000 quilômetrosNota: 1 Au = uma unidade astronômica que equivale à aproximadamente 150 milhões de quilometros
LISTA DE RISCO DE IMPACTO , COM PROBABILIDADE NÃO ZERO:
Atualmente, são 558 objetos que fazem parte da lista de risco de impacto, apresentamos logo abaixo os 10 NEOS com maior probabilidade ( e mesmo assim de risco mínimo) de choque, com estimativas da data do impacto.
Nome do Objeto | Tamanho [m] | Dia/hora | IP | Vel. [km/s] |
29075 1950DA | 2000.0 | 2880-03-16 23:48 | 1/7042 | 17.99 |
410777 2009FD | 150.0 | 2185-03-29 18:06 | 1/694 | 19.41 |
101955 Bennu | 484.0 | 2196-09-24 07:55 | 1/10638 | 12.68 |
2010RF12 | 9.0* | 2095-09-05 23:50 | 1/16 | 12.45 |
1979XB | 860.0* | 2113-12-14 18:07 | 1/1.84E6 | 26.04 |
2000SG344 | 46.0* | 2072-09-13 16:41 | 1/1945 | 11.26 |
99942 Apophis | 375.0 | 2068-04-12 15:13 | 1/531914 | 12.62 |
2009JF1 | 16.0* | 2022-05-06 08:12 | 1/4484 | 26.41 |
2016NL56 | 560* | 2020-06-22 15:42 | 1/(1.01 10^9) | 38.43 |
2006QV89 | 37.0* | 2019-09-09 07:03 | 1/11820 | 12.32 |
Nota: IP representa probabilidade de impacto – Impact Probability
*Incerteza grandes quanto ao tamanho
Fonte: ESA/NEOS
Edição: Marcelo De Cicco
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