Mulheres na Astronomia

Hoje 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher, e nós da Exoss, aproveitamos a oportunidade para parabenizar todas as mulheres, que trilham por diversos caminhos,  em sua batalha diária, para conquistar seus sonhos.

Nesse contexto não podemos deixar de falar sobre As Grandes Mulheres da Astronomia, que através da historia, apesar da difícil caminhada, devido a preconceitos sociais e religiosos, contribuíram com importantes descobertas para a Ciência e Astronomia.

mulheres na astronomia
Na foto, as “mulheres de Pickering”, ou “o harém de Pickering”, como ficou conhecido. Grupo de mulheres astrônomas,minuciosas nos cálculos, que atuou junto a Edward Pickering o Observatório de Harvard. Dentre elas, Henrietta Swan Leavitt e Annie Jump Cannon. | Créditos foto: Instituto Americano de Física

Existem registros muito antigos de mulheres que se dedicaram as práticas astronômicas, porem, a primeira astrônoma registrada de fato da história foi En-Hedu-Anna, que viveu por volta de 2300 a.C. Ela era filha do imperador babilônico Sargão I, o Grande (2334-2279), da Acádia. Ela possuía enorme erudição e dirigiu os observatórios babilônicos.

Aglaonike
Aglaonike ou Aglaonice de Thessalia. Fonte: Wikipedia

Aglaonike ou Aglaonice de Thessalia (século V a.C.), viveu na Grécia e explicou os eclipses da Lua,  porém  era considerada uma bruxa em virtude das suas previsões sobre os eclipses. Uma cratera em Vênus foi batizada com seu nome.

hipátia
Hipátia. Fonte 1

Hipátia (370–415 d.C), filha do filósofo Theon, residente em Alexandria – Egito,  foi astrônoma, matemática e filósofa . Inventou o hidrômetro, aparelho que mede a gravidade específica de um líquido, e o astrolábio, aparelho usado para localizar astros no céu. Hipátia era o símbolo do aprendizado e da ciência, mas foi identificada como pagã  pelos primeiros cristãos, e por  este motivo foi assassinada.

No período medieval  a erudita astrônoma alemã Hildegarda de Bingen (1098-1179), também é associada às bruxas, sendo condenada e queimada viva na fogueira.

A partir de 1600, as mulheres começaram a aparecer com mais frequência na Astronomia. No entanto, elas viviam à sombra dos homens os quais  geralmente possuíam parentesco, pai, irmão, marido que eram cientistas a quem ajudavam em seus trabalhos. E mesmo prosseguindo as pesquisas após a morte de seus parentes não tiveram o reconhecimento merecido.

ALGUMAS DAS MAIS IMPORTANTES ASTRÔNOMAS

Sophie Brahe (1556?-1643) era assistente científica muito silenciosa e brilhante do seu irmão, o astrônomo Tycho Brahe (1546–1601). Foi uma perita em matemática e astronomia.

Maria Cunitz (1604-1664), além de tradutora dos trabalhos de Kepler, dedicou-se à melhoria das tábuas astronômicas. Com a obra Urania propitia (Oels-Silesia, 1650), Cunitz conseguiu uma simplificação das Tabuas Rudolphianas de Kepler e ganhou uma enorme reputação na Europa. Alem de aperfeiçoar as efemérides, encontrou uma solução mais elegante para o problema de Kepler.

Elizabeth Hevelius (1646-1693), segunda esposa do astrônomo alemão Johann Hevelius (1611-1687), publicou dois catálogos estelares importantes. Após o falecimento do marido, publicou Firmamentum Sobiescianum (1690), último catalogo e atlas com 56 folhas, realizado com base em observações feitas a olho nu, no qual foram traçadas sete novas constelações até hoje em uso.

Maria Margareth Kirch ou Maria Margareth Winckelmann (1670-1720) aprendeu astronomia com o fazendeiro alemão Christoph Arnold (1650-1695),  ela descobriu o cometa de 1702.

Caroline Herschel (1750-1848),  especializou-se no polimento dos espelhos dos telescópios construídos pelo seu irmão William Herschel, descobridor do planeta Urano. Ela descobriu um cometa em 1786, o primeiro dos nove que descobriu em onze anos. Foi a primeira mulher a receber uma remuneração pelos seus trabalhos.

Mary Fairfax Grieg Somerville (1780-1872) – traduziu para o inglês a obra (Tratado de mecânica celeste) do matemático e astrônomo francês Pierre Simon de Laplace,(1749-1827).

Na segunda metade do século do XIX, dedicaram-se à astronomia de posição, à astrofotografia, à fotometria e à espectroscopia. Maria Mitchell (1818-1889) começou a ensinar a astronomia em 1876.

O observatório de Harvard, começa a contratar algumas mulheres como Annie Jump Cannon (1863-1941), que classificou mais de 400.000 estrelas em nove catálogos.

Edward Charles Pickering (1846-1919), diretor do Observatório de Harvard (HCO), que cercou-se de uma equipe feminina – que ficou conhecido como o harém de Pickering –capaz de realizar tarefas exigentes repetitivas. Entre as mais famosas dentre elas, encontravam-se Williamina Fleming (1857-1911), Antonia Maury (1866-1952) e Annie Cannon (1863-1941), todas as três astrônomas responsáveis pelos novos sistemas de de classificação das estrelas utilizados até hoje.

Na astronomia moderna o casal Eugène Shoemaker (1928-1997) e Carolyn Jean Spellman Shoemaker (1929- ),  realizaram trabalhos juntos onde Eugène confiou à sua esposa a pesquisa de asteróides e cometas. Em 1982, Carolyn descobriu um NEO – Near Earth Object (Objeto próximo à Terra). Em onze anos de trabalho, ela identificou 32. O conjunto dos trabalhos realizados por Carolyn e Eugène valeu ao serem recompensados pela NASA o título de “Cientistas do Ano” em 1995.

Vera Rubin (1928-)  –  estudou os movimentos e rotações das galáxias, foi a primeira mulher que conseguiu trabalhar no Observatório do Monte Palomar.

Jocelyn Bell Burnell (b. 1943), que trabalhou em Cambridge, descobriu pulsares enquanto trabalhava em sua tese de doutorado em radioastronomia. Os pulsares são estrelas em colapso que estão girando muito rápido – tão rápido que, à medida que a estrela e seu campo magnético chicoteiam através do espaço, emitem pulsos de radiação. Na verdade, o pulsar que Jocelyn descobriu teve um período de cerca de 1,3 SEGUNDOS! Isso era tão incomum que, na época, alguns se referiam a ele como “LGM”, para Little Green Men – eles pensavam que o pulsar deveria ser um farol para viajantes espaciais, porque era tão rápido e tão regular. Então Jocelyn rapidamente descobriu mais três pulsares em outras partes do céu.

BRASILEIRAS NA ASTRONOMIA

No Brasil, Yeda Veiga Ferraz Pereira (1925-) foi a primeira astrônoma que trabalhou no Observatório Nacional, na década de 1950. Já, a partir dos anos 1980, com a criação dos cursos de astronomia nas Universidades do Brasil e com maior incentivo à pesquisa astronômica, o número de astrônomas cresceu muito.

Atualmente muitas mulheres possuem carreiras científicas, mas ainda existem muitos preconceitos que precisam ser combatidos e eliminados.

É o que desejamos.

Referencias:
Portal do Astrônomo, texto de Ronaldo Mourão (publicado em 03/2007)
Revista Astronomy Brasil, edição de junho 2007, vol. 2, número 14.
Portal de Astronomia da Universidade de Berkley
Astronomical Society of the Pacific

Edição: Amanda Martins

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