Calor é o culpado pelo declínio das “pedras espaciais”

Em 21 de março de 2024, pesquisadores do Instituto SETI revelaram uma descoberta intrigante sobre as partículas de poeira que preenchem o espaço entre os planetas, conhecido como nuvem zodiacal. Anteriormente, acreditava-se que colisões em alta velocidade pulverizavam os detritos de cometas, mas agora a equipe de 45 membros relata que o calor é o verdadeiro responsável.

Cluster de Meteoros
Este meteoroide se separou por tensões térmicas pouco antes de entrar na atmosfera da Terra, criando um aglomerado de meteoros sobre a Noruega em 30 de outubro de 2022, registrado pela estação Allsky7 AMS119 operada por Gaustabanen e Steinar Midtskogen da Rede de Meteoros da Noruega. Vídeo cortesia de Mike Hankey, American Meteor Society. Veja o vídeo aqui.
As pedras espaciais, ou meteoroides, são ejetadas pelos cometas e se movem em correntes de meteoroides, dando origem aos meteoros visíveis em nossas chuvas de meteoros. No entanto, a nuvem zodiacal é composta principalmente por partículas do tamanho da fumaça do tabaco, que até mesmo radares têm dificuldade em detectar como meteoros.

O Dr. Peter Jenniskens, astrônomo de meteoros do Instituto SETI, lidera uma rede global patrocinada pela NASA chamada CAMS, que monitora o céu noturno em busca de meteoros usando câmeras de segurança de vídeo de baixa luminosidade. A equipe desenvolveu software que detecta meteoros em vídeos gravados em diferentes locais e, em seguida, triangula sua trajetória na atmosfera. Esses meteoros que chegam da mesma direção todos os dias pertencem a uma chuva de meteoros específica.

Após 13 anos de observações, os mapas combinados foram recentemente publicados como um livro intitulado “Atlas das Chuvas de Meteoros da Terra”, uma enciclopédia de informações sobre cada chuva de meteoros conhecida. Como parte desse trabalho, a equipe determinou a idade das chuvas de meteoros com base em quanto elas se dispersaram e examinou como rapidamente estavam perdendo seus meteoroides grandes em comparação com os menores.

Os dados desta pesquisa incluem as capturas registradas no Brasil pelos associados da Exoss Citizen Science, que pode ser acessada neste artigo: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0019103524000939

A investigação revelou que o calor desempenha um papel crucial. À medida que essas correntes de meteoroides se aproximam do Sol, as pedras espaciais são destruídas mais rapidamente, especialmente quando estão próximas ao Sol. O calor é responsável por quebrar essas partículas, levando à diminuição das pedras espaciais ao longo do tempo.

Essa descoberta nos ajuda a entender melhor a dinâmica do espaço entre os planetas e como o calor afeta as partículas que vagam pelo cosmos. Para saber mais, você pode conferir o artigo completo no site do Instituto SETI1.

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