Propriedades do sistema solar a partir de observações de meteoros.

Um novo artigo sobre a importância do trabalho de observação de meteoros publicado na Revista Icarus volume 423 tem a participação do CAMS Exoss, com título: Propriedades dos seixos do sistema solar externo durante a formação de planetesimais a partir de observações de meteoros

No artigo, os cientistas exploram como a observação de chuvas de meteoros pode nos ajudar a entender a formação de planetesimais – os blocos de construção dos planetas – no início do Sistema Solar. Eles sugerem que os tamanhos e as características físicas dos meteoros, que são pequenos pedaços de cometas e asteroides, podem refletir as condições do ambiente onde esses corpos se formaram bilhões de anos atrás.

Para explicar isso, eles analisaram 47 chuvas de meteoros jovens, que são causadas por meteoroides ejetados de cometas e asteroides. A ideia é que, ao estudar a distribuição de tamanho e a densidade desses meteoros, podemos obter pistas sobre como esses corpos se formaram na nebulosa solar – a grande nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sol e aos planetas.

Os pesquisadores descobriram que meteoroides de cometas de longo período, que vieram de longe no Sistema Solar, tendem a ser menos densos e têm uma distribuição de tamanho que sugere que eles se formaram em condições de baixa turbulência, onde as partículas cresceram suavemente. Por outro lado, meteoroides de cometas da família de Júpiter, que estão mais próximos do Sol, são mais densos e têm uma distribuição de tamanho que indica um ambiente mais turbulento, onde as colisões e fragmentações foram mais frequentes.

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Três fases na evolução do sistema solar externo. (A) No momento do colapso de seixos em cometas, apontando para a provável região de origem de asteroides (AST), cometas da família de Júpiter (JFC) e cometas de longo período (LPC); (B) No momento em que Netuno espalhou cometas em um Disco Disperso do Cinturão de Kuiper; (C) Depois que o Sol deixou o aglomerado de estrelas de nascimento e uma instabilidade planetária criou a Nuvem de Oort externa. De: Jenniskens et al. (2024) Icarus (https://doi.org/10.1016/j.icarus.2024.116229).

Asteroides primitivos, por sua vez, apresentam características que sugerem um ambiente ainda mais agressivo, com colisões intensas e fragmentações constantes. Isso sugere que esses corpos se formaram em uma região do Sistema Solar onde as condições eram bem diferentes das dos cometas.

Essas descobertas ajudam a entender onde e como diferentes tipos de cometas e asteroides se formaram. A maioria dos cometas de longo período pode ter se originado longe do Sol, possivelmente perto da borda do Sistema Solar, enquanto os cometas da família de Júpiter e os asteroides primitivos se formaram mais próximos, onde as condições eram mais turbulentas.

Em resumo, o estudo revela que, ao observar meteoros, podemos aprender muito sobre o passado do nosso Sistema Solar e as condições que levaram à formação dos planetas. É como se cada meteoro que vemos cruzando o céu fosse uma pequena janela para o passado, carregando informações sobre como nosso canto do universo se formou e evoluiu.

Para ler o artigo completo, acesse este link.

Fonte: seti.org

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