Observação NEOS Near Earth Objetcs Boletim Maio 2017
Uma extensa população de pequenos corpos, incluindo cometas, pequenos asteroides e meteoroides compõem a população de NEOS (Near Earth Objects). Os NEAS (Near Earth Asteroids) constituem-se de uma grande parcela desses objetos de dimensões acima de dezenas de metros, orbitando próximos a Terra. Alguns estudos apontam também, que uma pequena parte dos NEAS são cometas adormecidos ou extintos (NECS – Near Earth Comets).
A média de existência de um NEO é da ordem de 107 anos, sendo portanto creditada a existência de fontes de abastecimento de tais objetos ao longo das eras, já que o tempo de existência de nosso Sistema Solar gira em torno de 4,6 bilhões de anos, isto levaria ao completo esgotamento de tais corpos nas proximidades da Terra.
No que diz respeito a meteoritos que caem na Terra, sua fonte principal são os NEAS, pela sua proximidade ao nosso planeta, embora o grande fluxo de massa de meteoroides origina-se de passagens de cometas, e em menor grau de impactos lunares e marcianos. Grande parte desta massa que penetra na esfera terrestre queima logo na alta atmosfera (entre 100 a 60 km de altura, em média), sendo, comparativamente, raras as amostras destes detritos que sobrevivem as altas temperaturas de ablação , e chegam em solo terrestre na forma de meteoritos – embora grande parte acabe por se depositar no mar.
Fundamentalmente, para compreendermos a ligação entre NEAS e meteoritos é fundamental entender o papel dos asteroides (estudar suas características mineralógicas, dentre outras propriedades), pois eles são peça importante para se entender as origens, estrutura e a história dinâmica do Sistema Solar. Estabelecendo as conexões entre meteoritos e os asteroides, estes na qualidade de corpos parentais, permite a elucidação de muitas questões pertinentes a compreensão de nosso Sistema Solar, bem com a formação da Terra.
Além da importante investigação da conexão entre meteoritos – NEAS (ou , genericamente NEOS) – Asteroides, temos também a questão de impactos severos na Terra, causados por grandes massas vindas do espaço. Este é outro ponto importante que deve ser estudado e monitorado para prevenção e mitigação de ameaças catastróficas, como a que ocorreu em Chelyabinski (https://pt.wikipedia.org/wiki/Meteoro_de_Cheliabinsk), em 2013, e Tunguska, em 1908 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Evento_de_Tunguska).
Nesse sentido a ESA – Agencia Espacial Européia – participa de um projeto mundial de monitoramento e mitigação de NEOS, através de diversas redes de monitoramento envolvendo astrônomos profissionais, e, em pequena escala, astrônomos amadores.
O Brasil participa do esforço de monitoramento e estudos mineralógicos dos NEAS e Asteroides através do projeto IMPACTON: http://www.on.br/impacton/, utilizando o observatório robótico – OASI que é o segundo maior observatório astronômico, em solo nacional.
Atualmente são descobertos cerca de 100 NEOS por mês. Nas tabelas a seguir, publicamos as estatísticas mais atuais acerca do monitoramento e descoberta de tais objetos, compilados pela ESA.
FATOS:
Cerca de 40 asteroides conhecidos ou não aproxima-se de cerca de 0.05 unidades astronômicas , cerca de 19 raios lunares de nosso mundo. As vezes, como em dezembro passado, grupos e 4 ou 5 NEOS fazem máxima aproximação no mesmo dia. Atividade fora do comum?
Aplicando considerações estatísticas, baseadas nas taxas atuais de novos NEOS, e assumindo uma distribuição de probabilidade uniforme de descobertas diárias, não se trata de nada incomum. Grupos de pelo menos 4 objetos aproximam-se da Terra a cada três meses, e grupos de pelos menos 5 acercam-se de nós aproximadamente três vezes ao ano.
Observações de grupos de NEOS acabam tornando-se cada vez mais comum, principalmente pela sofisticação de equipamentos, técnicas e cada vez mais observadores monitorando os nossos céus. A exceção em períodos de Lua cheia, quando seu brilho atrapalha observações em solo terrestre, minimizando contagens de NEOS, porém em períodos de Lua nova as taxas de observação são mais elevadas, pois é o período mais favorável para monitoramento do céu, sem que o luar atrapalhe as investigações.
TOTAL DE NEOS DESCOBERTOS ATÉ A PRESENTE PUBLICAÇÃO
(Maio de 2017):
16.226 asteroides
106 cometas
210 Planetas Anões
DESCOBERTAS DE NEOS NO MÊS DE MAIO: 44
DESCOBERTA DE NEOS DESDE 01 JANEIRO DE 2017: 659
OBJETOS COM GRANDE APROXIMAÇÃO DA TERRA EM MAIO 2017:
RECENTES APROXIMAÇÕES:
Três objetos tiveram aproximações relevantes:
O 2017 JB2, com 0,14 distancia lunar, com aproximação máxima em 4 de maio, atingindo a magnitude 29.0.
Outros quatro objetos- o 2017 JQ1, e , 2017 JA, aproximaram-se menos que uma distância lunar.
Um objeto com atenção particular: O 2017CS , de aproximadamente de 800 quilômetros de extensão; fará sua aproximação máxima no final de maio. A distancias de aproximadamente 8 Distância Lunar.
LISTA DE APROXIMAÇÕES NAS CERCANIAS DA TERRA – MAIO/2017:
Nome do Objeto | Close Approach Data | Dist min. [AU] | Dist min. [LD] | Diâmetro estimado [m] | Magnitude Máxima [mag.] | Velocidade relativa [km/s] |
2017 KB3 | 2017-Mai-14 | 0.8588341 | 29.42 | 21 | 56 | 24.8 | 8.2 |
2017 JM2 | 2017-Mai-15 | 0.8427283 | 5.09 | 26 | 82 | 24.3 | 9.0 |
1996 VB3 | 2017-Mai-15 | 0.7397261 | 21.04 | 68 | 220 | 22.2 | 6.8 |
2012 EC | 2017-Mai-16 | 0.9941101 | 19.46 | 39 | 120 | 23.4 | 4.0 |
2003 HT42 | 2017-Mai-16 | 0.6020025 | 36.39 | 21 | 65 | 24.8 | 7.7 |
(487577) | 2017-Mai-16 | 0.7364875 | 41.59 | 110 | 340 | 21.2 | 7.0 |
2017 JV2 | 2017-Mai-17 | 1.1057044 | 43.96 | 57 | 180 | 22.6 | 8.7 |
2017 JO2 | 2017-Mai-
20 |
1.0117447 | 24.10 | 26 | 82 | 24.4 | 6.5 |
2017 HO49 | 2017-Mar-23 | 1.0476484 | 32.41 | 26 | 82 | 24.4 | 6.9 |
2017 JD3
|
2017-Mai-23 | 0.9005588 | 30.79 | 82 | 260 | 21.8 | 7.7 |
2015 VX105 | 2017-Mai-23 | 0.7088194 | 25.20 | 34 | 110 | 23.7 | 6.8 |
2017 KH3 | 2017-Mai-24 | 0.7956867 | 18.63 | 33 | 100 | 23.8 | 11.3 |
2017 KC3 | 2017-Mai-26 | 0.5091097 | 38.39 | 49 | 160 | 22.9 | 8.8 |
2016 GK135 | 2017-Mai-26 | 0.9006645 | 28.92 | 4 | 14 | 28.1 | 4.4 |
2017 HP49 | 2017-Mai-27 | 0.9545550 | 24.36 | 49 | 160 | 22.9 | 5.6 |
2008 DL4 | 2017-Mai-27 | 0.8152229 | 43.84 | 7 | 25 | 26.9 | 5.2 |
(6063) | 2017-Mai-27 | 0.5168756 | 38.34 | 1200 | 3900 | 15.9 | 8.7 |
(481532) | 2017-Mai-29 | 0.8882936 | 32.76 | 220 | 680 | 19.7 | 10.3 |
2017 CS | 2017-Mai-29 | 1.0167058 | 7.93 | 220 | 680 | 19.7 | 6.9 |
2017 JU1 | 2017-Mai-29 | 1.0606502 | 20.12 | 20 | 62 | 24.9 | 5.0 |
2016 LO1 | 2017-Mar-30 | 0.9210171 | 44.42 | 16 | 52 | 25.3 | 8.7 |
Nota: 1 AU = uma unidade astronômica que equivale a aproximadamente, 150 milhões de quilômetros.
1 LD = uma distância lunar, que equivale à aproximadamente 384.000 quilômetros
LISTA DE RISCO DE IMPACTO
PROBABILIDADE NÃO ZERO:
Atualmente, são 615 objetos que fazem parte da lista de risco de impacto. Apresentamos logo abaixo, os 10 NEOS com maior probabilidade (e mesmo assim com risco mínimo) de choque, e com as estimativas da data do impacto. Dois objetos atingiram o nível 1 da escala de Torino- o 2017 CH1 e o 2017 BL30.
Dois cometas conhecidos, entraram na probabilidade de risco de impacto nos próximos séculos. O Cometa D/1770L1(Lexell),descoberto no século 16. Devida sua aproximação, pode gerar risco nos próximos séculos. Recentemente O cometa 41/P Tuttle-Giacobini-Kresak, descoberto em 1858,detectado novamente durante observações visuais em 1907 e 1951, depois previsto em 1962, remonta a probabilidade de descobertas de milhares de NEOS todos os anos.
Nome do Objeto | Tamanho [m] | Dia/hora | IP | Vel. [km/s] |
29075 1950DA | 2000.0 | 2880-03-16 23:48 | 1/7042 | 17.99 |
2017BL30 | 89.0* | 2029-08-03 13:21 | 1/980 | 13.28 |
410777 2009FD | 150.0 | 2185-03-29 18:06 | 1/694 | 19.41 |
101955 Bennu | 484.0 | 2196-09-24 07:55 | 1/10638 | 12.68 |
2017CH1 | 1200 | 2095-06-04 15:09 | 1/1.57E6 | 21.18 |
2010RF12 | 9.0* | 2095-09-05 23:50 | 1/16 | 12.29 |
1979XB | 860.0* | 2113-12-14 18:07 | 1/1.84E6 | 26.04 |
2000SG344 | 46.0* | 2072-09-13 16:41 | 1/2096 | 11.26 |
99942 Apophis | 375.0 | 2068-04-12 15:13 | 1/531914 | 12.62 |
2016NL56 | 560* | 2020-06-22 15:42 | 1/(1.01 10^9) | 38.43 |
Nota: IP representa; a probabilidade de impacto – Impact Probability
*Incerteza grandes quanto ao tamanho
Fonte: ESA/NEOS/IMP
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