Como é o comportamento dos materiais durante a reentrada?
Desde março de 2017, todos os satélites da ESA e os estágios maiores dos propulsores que serão eliminados pela reentrada atmosférica, no final da sua vida útil, devem demonstrar que o risco dos fragmentos que não são destruídos na reentrada, e que causam acidentes no solo, deverão ser inferiores a proporção de 1 em 10.000 ( 1 parte em 10.000). O número e as características dos fragmentos (por exemplo, energia cinética e tamanho) indicam aos riscos de acidentes em cada caso particular.
Reentrada descontrolada de um foguete chinês (Tipo Longo de Carga 3B) acima do Havaí em janeiro de 2016 Fotografia de Steve Cullen
Este risco de acidente é calculado por ferramentas de reentrada, simulando o evento de reentrada descontrolada, usando um modelo CAD (Computador auxiliador de Design) da nave espacial. Se o risco de acidente calculado pelo computador, não estiver em conformidade com o requisito mínimo, será necessário forçar uma reentrada controlada da espaçonave, em uma área não povoada (na maioria das vezes no Oceano Pacífico Sul). As incertezas sobre vários parâmetros, como as variáveis aerotermodinâmicas, a modelagem/resistividade estruturais do material, os tipos de materiais e o nível de detalhes da arquitetura das espaçonaves, terão grande impacto, nas simulações do evento de reentrada e, nos cálculos de risco de acidentes associados a estes procedimentos.
Exemplo de um estágio Final renderizado em SCARAB (crédito HTG)
A fim de reduzir a incerteza das propriedades dos materiais (utilizados nas simulações de reentrada), os materiais devem ser testados em laboratórios e analisados em PWT (Túnel de Feixe de Plasma), com condições similares em uma reentrada natural, reproduzindo estas condições em laboratório. Este foi o escopo dos dois contratos do TRP (Programa de Pesquisa Técnica) (veja mais detalhes abaixo). Como trabalho complementar, pode-se analisar fragmentos de material encontrados no solo e associá-los às condições do evento de reentrada da espaçonave.
COPV encontrado na Espanha após a reentrada descontrolada de um estágio Final de um propulsor em 2015 (crédito ESA)
Dois contratos de Programa de Pesquisa Tecnológica (TRP em 2014-2016) que visam a caracterização de materiais vindos de lixo espacial, foram financiados através da iniciativa “Espaço Limpo”. Os materiais foram selecionados com base em sua relevância para a nave espacial LEO (Órbitas Baixas da Terra) e os estágios finais do propulsor, divididos em cinco categorias.
Metais
Os seguintes metais foram testados na estrutura dos TRPs: AA7075, AISI316L, Ti6Al4V e Al Li2099
Ligas De Materiais
Os materiais compostos de Ligas, são amplamente utilizados nas naves espaciais graças às suas propriedades mecânicas específicas (resistência específica e rigidez específica) e estabilidade térmica (baixo Coeficiente de Expansão Térmica).
Cerâmica
Materiais cerâmicos são usados principalmente para aplicações de aumento da carga útel de materiais óticos e propulsão. Dois tipos de Carbeto de Silício(Carborumdum) foram testados durante em laborátório.
Vidro
As ligas de vidrocerâmica, são usadas principalmente para aumentar a vida útel do sistema ótico.
Os materiais derivados da vidrocerâmica, são usados principalmente para aumento da vida útel so sitema ótico . Zerodur₢ vidrocerâmico foi testado.
A liga de materiais, refere-se a amostras de materiais compostos e metálicos. Foram testadas as seguintes amostras: Painel Duplo com película de CFRP e gotículas de alumínio, COPV (Reservatório Pressurizado a Bordo da nave ) com CFRP e forro de titânio, GLARE feito de fibras pré-fabricadas de vidro e alumínio.
As propriedades termofísicas dos materiais são requisitos primários para as ferramentas de reentrada, para determinar a transferência de calor dentro da espaçonave e a possível falha destes materiais.
A capacidade calórica específica, a entalpia de fusão, a expansão térmica, a densidade e a condutividade térmica de AA7075 T7351, AISI316L e TI6AL4V ,foram medidas com DSC (Calorímetro de escaneamento diferencializado), DTA / TG (Analisador Térmico Diferencializado com TermoGravimetria), um dilatômetro, e LFA Flash até ao ponto de fusão das ligas.
A emissividade de um material depende da temperatura, e pode variar com a mudança de fase do material. A emissividade será altamente afetada pelo aspecto superficial do material, e pela criação de camadas de óxido( Processo de Oxidação). A medição da Emissividade Espectral e a Total, foram realizadas em quatro materiais AA7075 ,T7351, AISI316L, TI6AL4V e SiC, Abos fora feitos em condições normais e após a exposição no Túnel de Feixes Plasma.
Os ensaios mecânicos, foram realizados em ligas epoxídicas AA7075 T7351, AISI316L, TI6AL4V e CFRP com carga constante e fluxo de calor aumentado até a falha do sistema em teste.
Análises após os testes no túnel de plasma
Conclusões gerais
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