Observação de NEOS – Near Earth Objects – Boletim janeiro 2018
Ao olhar para o céu a noite é provável que seu cérebro processe vários pontos brilhantes cintilando em um imenso plano de fundo negro, e esses pontos são estrelas (pelo menos a maioria), assim como o nosso Sol, mas, a vários anos luz de distância. Os nossos olhos sozinhos não são capazes de enxergar tudo, mas com instrumentos ópticos avançados podemos ver que existem corpos pequenos (se comparados, a estrelas e planetas) que transitam nas cercanias do planeta Terra, as vezes até perto demais.
Em nossa vizinhança, entre outras coisas, habitam os NEOs (Near Earth Objects – Objetos próximos da Terra) e NEAs (Near Earth Asteroids- Asteroides próximos da Terra) que são objetos que constituem uma população de milhares de corpos relativamente pequenos que possuem orbitas próximas a da Terra e que as vezes podem oferecer um certo risco a vida no planeta. A passagem de NEAs nas cercanias da Terra é mais frequente do que se imagina, um exemplo disso é que diariamente aproximadamente 5 (cinco) toneladas de meteoritos atingem a atmosfera terrestre, mas somente 1 (uma) tonelada chega a atingir o solo.
Esses objetos ficam em sua maioria, aglomerados no cinturão de asteroides que se encontra entre as órbitas de Marte e Júpiter, e alguns deles acabam se desviando da sua “rota usual” por causa das diferentes interações gravitacionais que são aplicadas ao mesmo e assim alguns acabam vindo parar bem perto da Terra.
Atualmente grandes agências espaciais como a NASA (National Aeuronautics and Space Administration) e a ESA (European Space Agency) juntamente com grupos de astrônomos amadores fazem estudos sobre esses pequenos corpos para podermos monitorar os objetos interplanetários, de tamanho razoável, próximos da Terra; caracterizar sua natureza física e química e predizer quais os que podem estar numa futura rota de colisão com a Terra.
O Brasil também participa na pesquisa de NEOs/ NEAs através do projeto IMPACTON que tem como base o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI) instalado no município de Itacuruba (PE).
A seguir são mostradas alguns dados coletados pela ESA:
2. Estatisticas atuais sobre NEO’s
- NEO’s conhecidos: 17 438 asteroides e 106 cometas;
- NEO’s com uma chance diferente de zero de colisão: 704;
- Número de NEO’s descobertos no mês passado: 189;
- NEO’s descobertos desde janeiro de 2017: 2033.
https://www.youtube.com/playlist?list=PLBx9QBQg1Y2Bs8_FoVo6byQefjh_1uF1g
2.1. Lista de aproximações da cercania da Terra – Janeiro/2018
Tabela 1. Aproximações da cercania da Terra janeiro de 2018
Nome do Objeto | Data da aproximação | Dis. Min.
[UA] |
Dis. Min
[LD] |
Diâmetro estimado [M] | Magnitude
Máxima |
Velocidade Relativa[km/s] |
2018BD | 2018-Jan-18 | 0,0003 | 0,1 | 4,0 | 14,2 | 10 |
2018BR1 | 2018-Jan-16 | 0,0009 | 0,3 | 5,0 | 15,8 | 8,9 |
2018BW | 2018-Jan-15 | 0,0011 | 0,4 | 10 | 16,8 | 6,9 |
2018BF3 | 2018-Jan-19 | 0,0016 | 0,6 | 28 | 14,4 | 13,2 |
2018BC | 2018-Jan-19 | 0,0019 | 0,7 | 5,0 | 17,1 | 2,7 |
2018BX | 2018-Jan-19 | 0,0019 | 0,7 | 7,0 | 17,3 | 5,8 |
2018AH | 2018-Jan-02 | 0,002 | 0,8 | 130,0 | 12,9 | 13,8 |
2018BN6 | 2018-Jan-24 | 0,0024 | 0,9 | 19,0 | 16,2 | 10,3 |
2018AS2 | 2018-Jan-14 | 0,003 | 1,2 | 8,0 | 18,4 | 7,7 |
2018BP3 | 2018-Jan-20 | 0,0031 | 1,2 | 8,0 | 18,4 | 7,1 |
2018AG4 | 2018-Jan-17 | 0,0036 | 1,4 | 26,0 | 15,4 | 9,2 |
2018BX5 | 2018-Jan-20 | 0,0043 | 1,7 | 7,0 | 19,1 | 8,0 |
Nota: 1 UA = uma unidade astronômica que equivale a distância da Terra até o Sol, que é aproximadamente 150 milhões de quilômetros.
1 LD = uma distância lunar, ou seja, a distância da Terra até a Lua que equivale à aproximadamente 384.000 quilômetros.
2.2. Lista de risco de impacto, com probabilidade diferente de zero
Atualmente, são 704 objetos que fazem parte da lista de risco de colisão. Apresentamos logo abaixo, os 10 NEOs com maior probabilidade de choque, e com as estimativas da data da colisão.
Tabela 2. Lista de risco de impacto, com probabilidade diferente de zero
Nome do Objeto | Tamanho [m] | Dia/Hora | IP | Velocidade [km/s] |
2017RH16 | 32,0 | 2026-08-31 21:26 | 1/689 | 16,98 |
2017YZ1 | 310,0 | 2047-06-30 01:38 | 1/73529 | 17,85 |
2010RF12 | 9,0 | 2095-09-05 23:47 | 1/16 | 12,29 |
1979XB | 860,0 | 2113-12-14 18:07 | 1/1,84E6 | 26,04 |
2000SG344 | 46,0 | 2071-09-16 00:26 | 1/2096 | 11,26 |
99942Apophis | 375,0*** | 2068-04-12 15:13 | 1/531914 | 12,62 |
2009JF1 | 16,0*** | 2022-05-06 08:12 | 1/4464 | 26,41 |
2006QV89 | 37,0*** | 2019-09-09 07:03 | 1/11428 | 12,32 |
2008UB7 | 71,0*** | 2060-10-31 18:26 | 1/36101 | 21,57 |
2006JY26 | 9,0*** | 2074-05-03 01:00 | 1/86 | 11,57 |
Nota: IP significa probabilidade de impacto (impact probability)
* incerteza grandes quanto ao tamanho
Fontes:
http://neo.ssa.esa.int/close-approaches
http://neo.ssa.esa.int/risk-page
Edição: Guilherme Fernandes de Sena, integrante do Clube de Astronomia Mochileiros da Galáxia – CAMG e membro da equipe da SMS Sobral Meteor Station.
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