Asteroide faz rasante suborbital entre o anel de satélites geoestacionário
Um asteroide consideravelmente pequeno (4 a 8 metros de diâmetro) passou pela Terra, orbitando perto de satélites que se encontram no anel geoestacionário a uma distância de cerca de 42.735 km do centro da Terra e apenas a cerca de 1.200 km do satélite mais próximo.
Após a descoberta inicial, os observadores em volta do globo rapidamente voltaram seus olhares para a “nova” rocha espacial, pressupondo que a mesma fizesse uma passagem segura por nosso planeta em um dos rasantes mais próximos registrados até o momento.
Quando se aproximou do anel geoestacionário, o asteroide, agora chamado de HS7 2020, passou “por baixo” do satélite mais próximo, portanto, a sua passagem não representou um grande risco, uma vez que as órbitas não se cruzaram.
OVNI é avistado no Havaí
Na noite de 27 de abril (horário europeu), o Telescópio de Pesquisa Panorâmica da NASA e Sistema de Resposta Rápida (Pan-STARRS) no Havaí relataram observações de um novo asteroide, sendo este, temporariamente denominado P20ZIf8.
Na noite anterior, um dos telescópios Pan-STARRS capturou um objeto não identificado voando pelo espaço. Em menos de uma hora, as observações demostraram que esse objeto já se encontrava extremamente próximo da Terra, apresentando aproximadamente 10% de probabilidade de colisão no dia seguinte.
Resposta global rápida considera que asteroide é pequeno e seguro
Observadores de todo o mundo rapidamente uniram forças para descobrir mais informações a respeito deste asteroide desconhecido. Somente 50 minutos após a divulgação do relatório inicial do Pan-STARRS, é que o Observatório de Xingming na China obteve a primeira “astrometria” de acompanhamento do asteroide, revelando os dados de sua posição, movimento e luminosidade.
Em seguida, o observatório de Tautenburg, na Alemanha – um colaborador frequente do Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra da ESA, parte do Escritório de Defesa Planetária – monitorou a rocha espacial, depois que a agência os alertou e pediu observações imediatas.
A partir desses dados, ficou claro que o objeto não iria colidir com o nosso planeta, porém, observou-se que o asteroide faria uma passagem bem próxima no dia seguinte, em direção ao anel geoestacionário da Terra.
Com apenas alguns metros de comprimento, o ‘P20ZIf8’ não teria causado qualquer ameaça significativa caso estivesse em rota de colisão, pois provavelmente se queimaria na atmosfera terrestre.
Apesar de não representar ameaça alguma à Terra, a detecção, o monitoramento e a caracterização deste novo asteroide foram um exercício interessante, que testou a capacidade de descoberta e a agilidade no acompanhamento por parte dos observadores ao redor do mundo.
Um dos asteroides mais próximos
De acordo com observações subsequentes realizadas por colaboradores adicionais da ESA e outros observatórios em torno do globo, o sobrevoo do asteroide HS7 2020 foi classificado como um dos rasantes mais próximos do planeta Terra, dentre os cinquenta já registrados.
Agora sabemos com uma precisão de apenas alguns quilômetros e alguns segundos, que o rasante ocorreu em 28 de abril por volta das 18:49:40 no Tempo Universal Coordenado (UTC) e 20:49:40 no Horário da Europa Central (CEST) a uma distância de cerca de 42.745 km do centro da Terra.
Os números são assertivos ao demonstrar que a trajetória de um objeto próximo pode ser determinada com exímia precisão, mesmo com apenas um dia de coleta de dados, caso uma boa cobertura observacional seja obtida.
Curiosamente, a passagem do 2020 HS7 ocorreu 15 horas antes da maior aproximação do (52768) 1998 OR2, um corpo celeste muito maior (cerca de dois quilômetros de diâmetro). O asteroide gigante atraiu a atenção da mídia mundial, porém ele se aproximou da Terra no que corresponde a cerca de 16 vezes a distância entre nosso planeta e a Lua (mais de 6 milhões de quilômetros), enquanto o HS7 de 2020 chegou consideravelmente mais perto de nós, o que representa um evento mais significativo para a comunidade astronômica.
Tradução: Guilherme Augusto @g2gschool
Fonte: ESA
Comentários
Powered by Facebook Comments