Cometas grandes e longínquos, são mais comuns que pensávamos

A ilustração mostra como os cientistas usaram dados da sonda espacial WISE da NASA para estimar o tamanho dos núcleos dos cometas. Eles extraíram informações de um modelo, no qual demonstra o comportamento da poeira e o gases em cometas, para obter o tamanho do núcleo.
Créditos: NASA / JPL-Caltech

Os cometas que levam mais de 200 anos para fazer uma revolução ao redor do Sol são distintos, pelo fato de serem difíceis de estudar. Como eles passam a maior parte do tempo fora do sistema solar, muitos cometas de longo período nunca se aproxima do Sol, no que tempo de uma vida humana. Na verdade, aqueles que avançam para dentro da Nuvem de Oort – um grupo de corpos gélidos, que ocupam uma área estimada de 186 mil milhões de quilômetros (300 bilhões de quilômetros do Sol) – podem ter períodos de milhares ou mesmo milhões de anos.

NÚMERO DE COMETAS É MAIOR QUE SE PENSAVA

A sonda espacial WISE da NASA, digitalizando todo o céu em comprimentos de onda infravermelhos, forneceu novas idéias sobre esses corpos errantes longínquos. Os cientistas descobriram  a existência cerca de sete vezes maiores para cometas de longo período que medem pelo menos 0,6 milhas (1 km) do que se assumia anteriormente. Também descobriram que os cometas de longo período são, em média, até duas vezes maiores do que os “cometas da família Júpiter”, cujas órbitas são moldadas pela gravidade de Júpiter e têm períodos menores que 20 anos.

Os pesquisadores também observaram que, em oito meses, três a cinco vezes mais cometas de longo período passaram pelo Sol além do previsto. As descobertas são publicadas no the Astronomical Journal.

“O número de cometas, possue relação direta sobre a quantidade de material que sobrou da formação do sistema solar”, disse James Bauer, principal autor do estudo e agora professor de pesquisa na Universidade de Maryland, College Park.

“Agora, sabemos que existem mais detritos relativamente grandes e antigos, provenientes da nuvem Oort, do que pensávamos”.

A nuvem de Oort ; é muito distante para ser vista pelos telescópios atuais, mas pressupõe ser uma distribuição esférica de pequenos corpos gélidos; na extremidade do sistema solar. A densidade de cometas dentro dela é baixa, logo, as chances de colisão entre cometas, dentro da nuvem, são mínimas. Os cometas de longo período que a sonda WISE observou, provavelmente, foram expelidos da Nuvem Oort há milhões de anos. As observações foram realizadas durante a missão principal da sonda espacial, antes de ser renomeada como- NEOWISE; e reativada para o monitoramento de objetos próximos da Terra (NEOs).

“Nosso estudo é uma visão rara sobre objetos perturbados pela nuvem de Oort”, disse Amy Mainzer, co-autor do estudo, baseado no Jet Propulsion Laboratory da NASA, Pasadena, Califórnia, e investigador principal da missão NEOWISE. “Eles são os exemplos mais primitivos do que era o sistema solar quando se formou”.

Uma animação de uma cometa. Créditos: NASA / JPL-Caltech

COMETAS DE LONGO PERÍODO

Os astrônomos já tinham estimativas mais amplas de quantos cometas da “família de longo período de Júpiter” ,que estão em nosso sistema solar, mas não tinham maneira precisa de mensurar as dimensões de cometas de longo período. Isso ocorre porque um cometa possui uma “cauda”- uma nuvem de gás e poeira similar as nebulosas em imagens e, obscurece o núcleo cometário. Mas usando os dados da WISE; mostrando o brilho infravermelho desta cauda, os cientistas conseguiram “subtrair” a cauda em si,  do cometa em geral e, estimar o tamanho do núcleo desses cometas. Os dados vieram de observações em 2010, da WISE; e de 95 cometas da família  de Júpiter, com mais  56 cometas de longo período.

Os resultados, reforçam a idéia de que os cometas que passam pelo Sol mais frequentemente tendem a ser menores que aqueles que passam muito mais tempo distante do Sol. Isto ocorre porque, os cometas da família  de Júpiter; tem maior exposição ao calor, o que provoca a volatilidade de substâncias como, a água para sublimar e movimentar outros materiais da superfície do cometa.

“Nossos resultados significam que há uma diferença evolutiva entre a família Jupiteriana e os cometas de longo período”, disse Bauer.

A existência de cometas de longo período além do previsto sugere que, mais deles provavelmente impactaram planetas, fornecendo materiais gélidos fora do sistema solar externo.

Estes pesquisadores também encontraram agrupamentos nas órbitas dos cometas de longo período que foram estudados, sugerindo que houveram corpos maiores que se mitigaram, para formar esses agrupamentos.

Os resultados serão importantes para avaliar a probabilidade de cometas perturbaram, em vários sentidos, os planetas do nosso sistema solar, incluindo a Terra.

“Os cometas possuem velocidades muito maiores  do que os asteróides, e alguns deles são imensos”, disse Mainzer. “Estudos como estes, ajudarão a definir o tipo de risco que os cometas de longo período podem representar”.

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, gerenciou e operou o WISE para a Direção da Missão de Ciência da NASA; em Washington. O projeto NEOWISE é financiado pelo Programa de Observação de Objetos Próximo da Terra, agora sub-departamento de Coordenação de Defesa Planetária da NASA. A sonda espacial foi colocada em modo de hibernação em 2011, depois de duas varreduras em todas as direções, completando assim seus principais objetivos. Em setembro de 2013, a WISE foi reativada e renomeada como NEOWISE, que atribuiu uma nova missão para auxiliar os esforços da NASA para identificar objetos potencialmente perigosos na cercania da Terra.

Fontes: NASA/JPL

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