PROJETO DE MONITORAMENTO DE IMPACTO LUNAR
INTRODUÇÃO
O projeto de monitoramento de impacto lunar da Exoss segue os moldes delineados pelos diversos grupos no mundo, que realizam essa atividade. Usamos um mini-observatório dedicado PRO-AM, portando um telescópio C-14, que pode ser acessado remotamente, cumprindo a etapa de vídeo monitoramento da Lua, em busca de flashes em sua superfície.
O interesse científico pela identificação de impactos lunares vem de longa data, quando eram observados os TLPS (fenomenos transitórios lunares), cercados de mistérios quanto à sua origem, levantando-se uma série de indagações. Hoje em dia, tais fenômenos são definidos como flashes de duração curta registrados, principalmente, na parte não iluminada do disco lunar, com brilho entre 3 e 10 magnitudes. Os TLPS podem ser explicados, em parte, como impacto de meteoroides a uma alta velocidade na superfície lunar, os denominados impactos ou flashes lunares.
Imagem da nova cratera, antes e depois, confirmada pela sonda . Créditos: [NASA/GSFC/Arizona State University].
A importância de seu estudo consiste no levantamento estatístico de impactos fornecendo dados para o aprimoramento da distribuição de quantidade e tamanho de matéria interplanetária em nosso sistema Terra-Lua.
HISTÓRICO
A partir dos anos 90, e principalmente durante as chuvas da Leonids de 1999 e 2001, um esforço internacional, envolvendo amadores e profissionais promoveram os primeiros registros sistemáticos de flashes lunares. Hoje em dia, há diversos grupos empreendendo a atividade de registro de imagens e banco de dados de impactos, dentre eles a ALPO – Association of Lunar & Planetary Observers, o Marshall Space Flight Center da NASA, ambos nos EUA, e o projeto MIDAS, na Espanha. Sem contar os inúmeros grupos de amadores espalhados no mundo inteiro que rotineiramente observam a Lua, em busca da detecção desses flashes.
NOSSO TRABALHO
A Exoss, cumprindo com seus objetivos de monitoramento de meteoros, agora amplia seus horizontes, monitorando, também meteoróides impactando na Lua, unindo-se ao esforço internacional da comunidade cientifica, dentro do espírito de colaboração PRO-AM, incentivando a atividade de cidadão cientistas junto a comunidade de astrônomos amadores.
O ROCG – Remote Observatory of Campos dos Goytacazes
O ROCG está sediado na cidade Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro, construído através dos esforços do astrônomo amador Carlos Henrique Barreto, e sob a orientação científica do coordenador da Exoss, Marcelo De Cicco. Trata-se de um mini-observatário automatizado, com um telescópio tipo Schimidt-Cassegrain, de 356 mm de diametro e distancia focal de 3910 mm, dedicando duas câmeras para a observação da Lua: Stellacam EX e Watec 902 H2.
Pesquisas, Obervações e gravações de Impactos Lunares
A equipe de impactos lunares Exoss iniciou seus trabalhos no início de 2016, com propósito de monitoramento da Lua à procura de flashes de impactos de meteoroides que impactam em altíssima velocidade na superfície Lunar. Este tipo de pesquisa é importante para se estimar o fluxo de massa que impacta na Lua e estatística de crateramentos novos, pois a medição da luminosidade do flash, utilizando modelos próprios, permite o calculo da energia de impacto e a massa estimada do objeto.
Além disso, estes estudos são de grande utilidade em determinar a quantidade de pequenos corpos que atravessam a Terra, colaborando com outros métodos de detecção, por exemplo vídeo monitoramento de meteoros. Ressaltando que esta iniciativa é fundamental para futuras explorações lunares, dada a relevância em saber onde será possível fundar bases lunares e evitar ou minimizar danos vindos de impactos de meteoroides.
A massa destes meteoroides que impactam a Lua variam em torno de dezenas de gramas até aproximadamente 20 Kg, enquanto suas velocidades podem variar de 20 Km/s a 72 Km/s. Estes meteoroides podem ter origem em atividades cometárias, quando o Sistema Terra/Lua atravessa detritos de cometas e em menor escala de fragmentos de asteroides.
Processo de Impacto Lunar
A seguir descrevemos como se dá processo de impacto lunar e a forma de monitora-lo.
No instante seguinte a colisao, menos de 1% da energia cinética total liberada é transformada em luz visível, dando origem aos denominados flashes que duram cerca de décimos de segundos, raramente, chegando a casa dos segundos. Logo após impactar, o meteoroide gera uma nova cratera que pode ser mensurada.
Para ser possível o monitoramento de Impactos Lunares é necessário observar a parte não iluminada da Lua. Os períodos favoráveis a este tipo de pesquisa são entre o brilho de 10 a 40 % da fase total da Lua, ou seja, durante a fase crescente e depois na fase minguante.
Outro ponto importante diz respeito a falsos-positivos que podem ser devido a raios cósmicos, ruídos eletrônicos, reflexo de satélites, principalmente, pois se parecem muito com flashes de impactos, No que diz respeito a raios cósmicos eh fundamental a observação através de mais de um telescópio, pois estes raios não atingem câmera distintas, descartando falso-positivos oriundos deles. Outro método empregado utiliza um “beam slitter”, que separa a imagem lunar em duas câmeras. Ruídos e reflexão por satélites podem também gerar flashes e podem ser mais difíceis de descartar, obrigando a confirmação de passagem de algum satélite, no momento e posição da detecção e analise detalhada da imagem em caso de ruídos eletrônicos.
Fontes: Heavens–Above , Calsky “http://tycho.usno.navy.mil/
CONHEÇA O OBSERVATÓRIO REMOTO – ROCG
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