Novas descobertas acerca da gigantesca cratera de impacto que extinguiu os dinossauros
Após dois meses de perfuração, em abril e maio deste ano, no entorno da cratera Chicxulub, atingindo a profundidade de 1.335 metros abaixo do solo oceânico, cientistas revelaram a estonteante formação de anéis de impacto, de dimensões gigantescas, com cerca de 200 quilômetros de extensão. Tal qual a cratera Schröndiger na Lua, Chicxulub contem material do fundo da crosta, originado de 8 a 10 quilometro de profundidade, que foi expulso para cima após o impacto do asteróide que extinguiu os dinossauros há cerca de 66 milhões de anos.
Imagem de como seriam os anéis de impacto, da cratera de Chicxulub, na península de Yucatan. Créditos: D . van Ravenswaay/ Biblioteca de imagens Science
Outro mistério também foi desvendado, a causa das ondas sísmicas moverem-se lentamente entre os círculos de impacto, é que nesta região, devido ao terrível choque, o granito foi fraturado tão intensamente que tornou-se menos denso que um típico granito, favorecendo a lentidão da passagem ondas sísmicas.
Duas faces da mesma moeda: extinção e redenção
Embora este terrível evento cósmico tenha extinguido milhares de espécies terrestres, principalmente os dinossauros, outra notável descoberta revelou que o tremendo choque do asteróide pode ter permitido ambiente favorável ao desenvolvimento de vida microbiana pós-impacto, pois os cientistas descobriram amostras de células e DNA no fundo de Chicxulub.
Imagem de amostras de granito rosa oriundos dos picos dos anéis de impacto da cratera Chicxulub. Credito: Dsmith@ECORD
O choque cósmico fraturou as rochas da crosta de tal forma que abriu interstícios propiciando habitats temperados onde a vida microbiana pode prosperar. Uma nova biosfera totalmente alheia a luz do sol pode ter se desenvolvido, nas profundezas do impacto, ao longo de milhões de anos, a base de energia de reações químicas e das rochas pós-impacto ainda aquecidas.
O entendimento da formação da cratera Chicxulub permitirá ajudar a desvendar como os mecanismos de outros impactos cósmicos modificaram as superfícies de corpos celestes, como a Lua e Marte.
Fonte: Revista Nature
Edição: Marcelo De Cicco
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