Hiperatividade das Perseidas em 2016
Talvez seja a mais conhecida chuva de meteoros, atualmente, tem sido observada há mais de 2.000 anos, sendo seus primeiros registros originados da China. Desde 1871, através de cálculos do astrônomo Schiaparelli, é sabido que esta chuva esta associada ao cometa 1862 III (109P/Swift-Tuttle), sendo a primeira chuva comprovadamente associada a um cometa.
Imagem: Cometa Swift-tutle em sua ultima passagem, em 1992. Sua próxima passagem se dará somente em 2126. O Cometa Swift-Tuttle é o maior de todos os cometas que fazem passagens periódicas próximas à Terra. Fonte
OBSERVAÇÃO
É uma chuva de fácil observação para os habitantes do hemisfério Norte, porém em latitudes mais ao Sul é praticamente invisível. Compõe-se de meteoros bem rápidos, brilhantes, e por vezes os chamados “rasantes” ou earthgrazers também podem ocorrer, são meteoros bem lentos e que percorrem extensas faixas do céu, na altura do horizonte, mais prováveis de ocorrer antes da madrugada.
Ao longo dos anos, tem-se detectado vários picos de hiperatividades, uma delas a do ano de 1980 teve uma taxa zenital horaria de mais de cem meteoros/hora!
Esta chuva apresenta um atividade tão intensa, que chegou a adiar o lançamento do ônibus espacial “Discovery”, em 1993, após uma previsão de pico no dia 12 de agosto, dia do lançamento daquela nave.
Para este ano, existe uma previsão de maior atividade no dia 11/12 de agosto, a qual discorreremos na próxima seção.
PREVISÃO PARA 2016
Este parece que vai presentear os habitantes do hemisfério norte com a possibilidade de uma grande atividade de chuva de meteoros. Conforme apontam estudos feitos por Maslov & Lyytinen. Nosso planeta irá cruzar detritos agrupados do cometa Swift – Tuttle (corpo parental das Perseidas) desviados por perturbações do planeta gigante Júpiter, em 2016, especificamente restos das passagens anteriores dos anos de 1079, 1479 e 1862. É possível que a taxa zenital horaria alcance números como 150 a 160 meteoros/hora. Praticamente o dobro das taxas usuais associadas a essa chuva.
Embora o pico máximo de atividade esteja previsto para o dia 12, já no dia 11 de agosto aproximadamente às 22h 34m UT a Terra já deve colidir com pequenos meteoróides, aumentando a taxa zenital horária de mais 10 meteoros/hora. São esperados a partir das 23h 23m TU meteoros bem brilhantes, neste mesmo dia.
Ainda assim, no próprio dia 12 de agosto entre 00h a 4h já poderemos estar atravessando densas partículas das Perseidas, porém seu máximo esta previsto entre 08h a 22h TU.
Grafico: Taxa Zenital Horária para este ano de 2016, elaborada pelo especialista Bill Cooke de NASA’s Meteoroid Environment Office. Note que o pico é no dia 12.08.16. Fonte [1]
Lembramos que a Lua estará presente nos céus em seu primeiro quarto crescente, mas não irá atrapalhar muito a observação dessa chuva já que se põe logo. Para nós, habitantes do hemisfério Sul, não teremos as mesmas condições favoráveis de observação que os moradores do lado norte de nosso planeta. Mesmo assim poderemos testemunhar, embora em menor quantidade, belos meteoros, rápidos e brilhantes, principalmente sempre após meia noite.
Em resumo: fique atento a partir da noite do dia 11 até o amanhecer do dia 12 de agosto, quando está previsto acontecer a hiperatividade das perseidas
CARACTERÍSTICAS
- Atividade de 17 de julho a 24 de agosto
- Máximo dia 12 de agosto, das 13 h 00m às 15h 30 m TU
- Taxa zenital horária = 150
- Velocidade de entrada geocêntrica dos meteoros = 59 km/seg
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