Cientistas aprimoram previsão de reentrada de satélites na atmosfera terrestre
Um estudo recente, apresentado na 8ª Conferência Internacional de Astronomia, Astrofísica, Ciências Espaciais e Planetárias, em Cluj-Napoca, Romênia, trouxe avanços importantes na previsão de reentradas de satélites na atmosfera da Terra. Publicado por pesquisadores da Romênia e do Brasil, o artigo liderado por Iharka Szücs-Csillik, Marcelo De Cicco, coordenador da Exoss e Vlad Turcu mostra como é possível prever com mais precisão quando e onde objetos espaciais, como satélites e detritos, voltarão ao nosso planeta.
O que é reentrada?
Quando satélites ou pedaços de foguetes terminam sua missão ou param de funcionar, eles podem voltar à Terra, atravessando a atmosfera em um processo chamado reentrada. Esse evento pode ser perigoso, já que alguns objetos são grandes o suficiente para resistir ao calor intenso da atmosfera e chegar ao solo, como aconteceu com o Kosmos 482, uma sonda soviética lançada em 1972 que caiu no Oceano Índico em 10 de maio de 2025.
Como os cientistas fazem isso?
Os pesquisadores desenvolveram um modelo matemático que considera forças como a gravidade da Terra, o arrasto atmosférico (que é como o ar “freia” o satélite), e até mesmo a influência do Sol e da Lua. Eles usaram um sistema chamado “integrador simplético”, que ajuda a calcular o movimento dos satélites com muita precisão ao longo do tempo. Esse modelo foi testado em casos reais, como o Kosmos 482 e o satélite Starlink 32563, que também reentrou na atmosfera em 2025.
Por que isso é importante?
Com o aumento de satélites e lixo espacial em órbita, prever onde e quando esses objetos podem cair é essencial para evitar riscos, como danos a pessoas ou propriedades. O estudo mostrou que, ao analisar a órbita e as condições atmosféricas, é possível estimar o momento e o local da reentrada com uma margem de erro pequena, como no caso do Kosmos 482, previsto para cair com uma margem de apenas ± 1,5 horas.
Além disso, os cientistas aprenderam com cada reentrada para melhorar suas previsões. Por exemplo, o caso do Starlink 32563, inicialmente confundido com um meteorito em São Luís, no Maranhão, destacou a importância de diferenciar objetos espaciais de fenômenos naturais.
O futuro da pesquisa
O trabalho dos pesquisadores não para por aí. Eles continuam refinando o modelo para torná-lo ainda mais confiável, ajudando a proteger a Terra de possíveis impactos de detritos espaciais. Essa pesquisa é um passo importante para lidar com o crescente problema do lixo espacial e garantir a segurança no solo e no espaço.
O estudo completo será apresentado na conferência entre 2 e 4 de julho de 2025, mostrando como a ciência pode nos ajudar a entender e prever eventos espaciais com mais clareza. Para quem se interessa por astronomia, o trabalho desses cientistas é um exemplo fascinante de como a tecnologia e a ciência trabalham juntas para proteger nosso planeta!
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