Atividade da Chuva de Meteoros Orionids para 2018
INTRODUÇÃO
A chuva de meteoros denominada como Orionids (nomenclatura IAU 008 ORI), é originada dos detritos deixados pelas passagens periódicas do Cometa Halley 1P, a cada ~75 anos em torno do Sol. A cada ano a Terra atravessa duas vezes esses detritos, em outubro é quando ocorre esse segundo encontro produzindo a chuva (nosso planeta fica, então, aproximadamente 0.16 UA da órbita do cometa).
HISTÓRICO
Em 1839, o matemático e astrônomo Quetelet, já listava um considerável aumento de atividade de meteoros em meados de outubro. Observações independentes de E.C.Herrick(1839, 1840) também reportavam aumento de contagem no nível de atividade nesse mesmo período, mas nada conclusivo (Lindbad & Porubcan, 1999).
Porém a primeira medição de radiante das Orionids foi pelo músico e astrônomo A.Herschel em 1864 e 1865. Nas décadas seguintes, numerosas medições foram envidadas, seguindo intenso debate na literatura afim de identificar se o radiante era estacionário ou não e se haveria múltiplos radiantes. Até que observações de Olivier, Dole, McIntosh e Prentice demonstraram conclusivamente que o radiante move-se na direção da ascenção reta (AR), após intenso estudo e levantamento de principais chuvas de meteoros E. Hoffmeister, em 1948, definiu com precisão a posição de um único radiante centrada em AR = 93.5° e DEC = 15.9°.
ATIVIDADE DA CHUVA PARA O ANO DE 2018
O pico da chuva Orionids é no dia 21 de outubro, porém fique atento nas madrugadas de 20, 21 e 22 de outubro, para eventuais submáximos.
O pico das Orionids (008 ORI) este ano (2018) acontecerá um pouco antes do dia da Lua cheia e aconselhamos observações visuais quando a constelação de Orion já estiver bem alta no céu e a Lua já estiver se pondo.
Veja nos mapas a seguir, como será a visualização do radiante Orionids, na madrugada do pico.
Os mapas globais acima da atividade do dia de pico da chuva deve ser entendido da seguinte forma:
- Quanto mais vermelha a cor, pior é a visibilidade de sua observação;
- A cor esverdeada representa condições favoráveis e a cor branco azulada regiões da Terra, em dado horário, onde a observação das Orionids é excelente.
- O referido mapa não leva em conta a poluição luminosa local, portanto, para melhor visualização deve-se procurar locais distantes de centros urbanos.
É importante salientar que em anos passados essa chuva apresentou notáveis picos extemporâneos de atividades intensas (outbursts), principalmente entre os anos de 2006-2009, como foi o caso do pico de 2006, identificado pelo trabalho de Sato e Watanabe (2007) que associou a restos ejetados do cometa Halley, das épocas 1264, 1196 e 911 AC (Antes de Cristo). No atual período é provável que estejamos entrando novamente num ciclo crescente de maior atividade da chuva, quando taxas maiores de meteoros por hora devem ser observados.
Esta chuva apresenta uma taxa média de 10 meteoros por hora e no seu máximo de 20 a 25 meteoros por hora, em 2018. A velocidade geocêntrica de entrada apresentada pela Orionids é em torno de 66 km/segundo.Pesquisas apontam que esses máximos possuem periodicidade aproximada de 12 anos. Assim, é provável que desde 2016 a chuva esteja entrando em ciclo mais intenso. Submáximos podem ocorrer durante a chuva, ou seja, entre 3 e 4 dias antes e depois do pico. Essa chuva pode apresentar bólidos, como este registrado na imagem a seguir.
A atividade deste chuveiro vai de 02 de outubro a 07 de novembro, com pico máximo de atividade no dia 21 de outubro, na Longitude Solar 208°, apresentando Taxa Zenital Horária (ZHR) de 20 a 25 meteoros por hora no radiante – α = 95 ◦ , δ = +16 ◦.
FICHA TÉCNICA DA ATIVIDADE DA CHUVA DE METEOROS ORIONIDS 2018
Edição: Marcelo De Cicco
Imagens: Marcelo De Cicco e Diego de Bastiani
Referências: AMS American Meteor Society IMO International Meteor Organization IAU International Astronomical Union
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