Observação NEOS Near Earth Objetcs Boletim Janeiro 2017

Uma extensa população de pequenos corpos, incluindo cometas, pequenos asteroides e meteoroides compõem a população de NEOS (Near Earth Objects). Os NEAs (Near Earth Asteroids) constituem-se de uma grande parcela desses objetos de dimensões acima de dezenas de metros, orbitando próximos a Terra. Alguns estudos apontam também, que uma pequena parte dos NEAs são cometas adormecidos ou extintos (NECs – Near Earth Comets).
A média de existência de um NEO é da ordem de 107 anos, sendo portanto creditada a existência de fontes de abastecimento de tais objetos ao longo das eras, já que o tempo de existência de nosso Sistema Solar gira em torno de 4,6 bilhões de anos, isto levaria ao completo esgotamento de tais corpos nas proximidades da Terra.
No que diz respeito a meteoritos que caem na Terra, sua fonte principal são os NEAs, pela sua proximidade ao nosso planeta, embora o grande fluxo de massa de meteoroides origina-se de passagens de cometas, e em menor grau de impactos lunares e marcianos. Grande parte desta massa que penetra na esfera terrestre queima logo na alta atmosfera (entre 100 a 60 km de altura, em média), sendo, comparativamente, raras as amostras destes detritos que sobrevivem as altas temperaturas de ablação , e chegam em solo terrestre na forma de meteoritos – embora grande parte acabe por se depositar no mar.
Fundamentalmente, para compreendermos a ligação entre NEAs e meteoritos é fundamental entender o papel dos asteroides (estudar suas características mineralógicas, dentre outras propriedades), pois eles são peça importante para se entender as origens, estrutura e a história dinâmica do Sistema Solar. Estabelecendo as conexões entre meteoritos e os asteroides, estes na qualidade de corpos parentais, permite a elucidação de muitas questões pertinentes a compreensão de nosso Sistema Solar, bem com a formação da Terra.
Além da importante investigação da conexão entre meteoritos – NEAS (ou , genéricamente NEOS) – Asteroides, temos também a questão de impactos severos na Terra, causados por grandes massas vindas do espaço. Este é outro ponto importante que deve ser estudado e monitorado para prevenção e mitigação de ameaças catastróficas, como a que ocorreu em Chelyabinski, em 2013, e Tunguska, em 1908.
Nesse sentido a ESA – Agencia Espacial Européia – participa de um projeto mundial de monitoramento e mitigação de NEOs, através de diversas redes de monitoramento envolvendo astrônomos profissionais, e, em pequena escala, astrônomos amadores.
O Brasil participa do esforço de monitoramento e estudos mineralógicos dos NEAS e Asteróides através do projeto IMPACTON: http://www.on.br/impacton/, uitlizando o observatório robótico – OASI que é o segundo maior observatório astronômico, em solo nacional.
Atualmente são descobertos cerca de 100 NEOS por mês. Nas tabelas a seguir, publicamos as estatísticas mais atuais acerca do monitoramento e descoberta de tais objetos, compilados pela ESA.

TOTAL DE NEOS DESCOBERTOS ATÉ APRESENTE DATA DESTA PUBLICAÇÃO (janeiro de 2017) :

15.410 asteroides
106 cometas

DESCOBERTAS DE NEOS NO MÊS DE DEZEMBRO :
160

DESCOBERTA DE NEOS no ANO DE 2016 :
1888

OBJETOS COM APROXIMAÇÃO ALTA À TERRA EM JANEIRO 2017:

Um objeto grande fará rasante neste mês de janeiro:

• (226514) 2003 UX34, de cerca de 400 metros irá fazer um rasante a aproximadamente 19 distancias lunares, no dia 2 de janeiro.

RECENTES APROXIMAÇÕES:

• O mês de dezembro de 2016 apresentou aproximações interessantes:
De acorda com a ESA, os limites de detecção de NEOS agora atingem a marca de 19 distâncias lunares ou 0.05 UA.
2008 UL90 de 800 metros de tamanho, a cerca de 15 distancias lunares, 2016YJ, 2016XE e 2016XW20 passaram a cerca de 1-2 distancias lunares, todos bem pequenos, com cerca de 20 m de diâmetro.

Um objeto entrou na lista de risco de impacto, na escala de Palermo:
2016 XP23 atingiu a escala de Palermo em um valor maior que –3.

LISTA DE APROXIMAÇÕES À TERRA EM JANEIRO – FEVEREIRO/2017:

Nome do Objeto Close Approach Data Dist min. [AU] Dist min. [LD] Diametro estimado [m] Magnitude Máxima [mag] Velocidade relativa [km/s]
2017AF3 2017-Jan-11 0.0387 15.1 39.0* 19.5 9.2
2017AJ13 2017-Jan-14 0.0172 6.7 62.0* 16.2 10.6
2015BB 2017-Jan-18 0.0349 13.6 43.0* 18.7 15.8
2016YC8 2017-Jan-18 0.0243 9.5 51.0* 19.2 6.7
2016YP4 2017-Jan-26 0.0325 12.7 16.0* 20.9 2.3
2017AK3 2017-Jan-26 0.029 11.3 47.0* 19.1 10.7
2005VL1 2017-Feb-04 0.0233 9.1 19.0* 20.4 5.8
2013FK 2017-Feb-05 0.0182 7.1 96.0* 119.8 8.7
2015BN509 2017-Feb-07 0.0416 16.2 300.0* 16.6 19.4
2016YJ4 2017-Feb-08 0.0445 17.3 92.0* 121.9 9.9
1998DK36 2017-Feb-09 0.023 8.9 42.0* 122.9 7.6
2014DV110 2017-Feb-10 0.0254 9.9 45.0* 120.6 8
2015QR3 2017-Feb-12 0.0336 13.1 30.0* 123 7
2016CO246 2017-Feb-22 0.0394 15.3 32.0* 20.5 5.4
5604 1992FE 2017-Feb-24 0.0336 13.1 970.0 12.5 11.9
2016FU12 2017-Feb-26 0.0417 16.2 18.0* 22.6 3.9
2008FL7 2017-Feb-28 0.0351 13.7 53.0* 19.6 6.6

Nota: 1 Au = uma unidade astronômica que equivale à aproximadamente 150 milhões de quilometros
1 LD = uma distância lunar que equivale à aproximadamente 384.000 quilômetros

LISTA DE RISCO DE IMPACTO , COM PROBABILIDADE NÃO ZERO:

Atualmente, são 586 objetos que fazem parte da lista de risco de impacto, apresentamos logo abaixo os 10 NEOS com maior probabilidade ( e mesmo assim de risco mínimo) de choque, com estimativas da data do impacto.

Nome do Objeto Tamanho [m] Dia/hora IP Vel. [km/s]
29075 1950DA 2000.0 2880-03-16 23:48 1/7042 17.99
2017 AM4 630.0 2024-08-01 1/900900 33.47
410777 2009FD 150.0 2185-03-29 18:06 1/694 19.41
101955 Bennu 484.0 2196-09-24 07:55 1/10638 12.68
2010RF12 9.0* 2095-09-05 23:50 1/16 12.29
1979XB 860.0* 2113-12-14 18:07 1/1.84E6 26.04
2000SG344 46.0* 2072-09-13 16:41 1/2096 11.26
99942 Apophis 375.0 2068-04-12 15:13 1/531914 12.62
2009JF1 16.0* 2022-05-06 08:12 1/4484 26.41
2016NL56 560* 2020-06-22 15:42 1/(1.01 10^9) 38.43

Nota: IP representa probabilidade de impacto – Impact Probability
*Incerteza grandes quanto ao tamanho

Fonte: ESA/NEOS

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