Observação de NEOS – Near Earth Objects – Boletim julho 2018

Quando vemos fotos da Terra vista do espaço nos deparamos com um esplendoroso azul em um fundo totalmente escuro mas desde criança sabemos que no escuro se escondem grandes coisas às vezes assustadoras outras vezes magníficas ou ambos, e lá não muito distante (como o nome já diz)   encontramos os NEOs (Near Earth Objects – Objetos próximos da Terra) e NEAs (Near Earth Asteroids- Asteroides próximos da Terra) que são objetos que constituem uma população de milhares de corpos relativamente pequenos que possuem orbitas próximas a da Terra e que as vezes podem oferecer um certo risco a vida no planeta.

Em comparação a asteroides grandes as chances de algum NEA colidir com o nosso planeta é muito maior,ou seja, as colisões comuns com a Terra serão causadas pelos pequenos asteroides.  Carl Sagan diz o seguinte  em seu livro Pálido Ponto Azul: “[…]quanto maior for o tempo previsto para a colisão, no entanto, tanto mais devastador será o impacto que se pode esperar. Em média, uma vez, em algumas centenas de anos,a Terra é atingida por um objeto com, aproximadamente, setenta metros de diâmetro; a cada 10 mil anos, somos atingidos por um objeto de duzentos metros que poderia induzir graves efeitos climáticos regionais. A  cada milhão de anos, ocorre o impacto de um corpo com mais de dois quilômetros de diâmetro, equivalente a quase 1 milhão de megatons de TNT – explosão que provocaria uma catástrofe global, matando uma fração significativa da espécie humana.”.

Como o cientista planetário norte-americano Christopher Chyba e seus colegas mostraram pela  primeira vez, os pequenos asteroides ou cometas, com uma extensão de alguns metros, se quebram e incendeiam ao entrarem em nossa atmosfera. Eles aparecem com relativa freqüência, mas não causam danos significativos. Os meteoros que não se desintegram acabam caindo como meteoritos  e a sua maioria se acomoda no fundos dos oceanos.

   Por conta dessa vizinhança tumultuada instituições como a ESA (Agência Espacial Europeia) assumiram essa empreitada com o objetivo de examinar as seguintes questões: monitorar todos os objetos interplanetários, de tamanho razoável, próximos da Terra; caracterizar sua natureza física e química; predizer quais os que podem estar numa futura rota de colisão com a Terra. No caso ESA fora criado o programa SSA ( Space Situational Awareness), saiba mais sobre ele no site oficial da ESA

    O Brasil também faz parte das pesquisas com o projeto IMPACTON: <http://www.on.br/impac HYPERLINK “http://www.on.br/impacton/”t HYPERLINK “http://www.on.br/impacton/”on/>, utilizando o observatório robótico – OASI localizado no município de Itacuruba, Pernambuco.

Estatísticas atuais sobre NEOs

  • Neos conhecidos até o momento: 18 425 asteroides e 107 cometas;
  • Neos conhecidos até o momento com um risco diferente de zero para impacto com a Terra: 754;
  • Números de NEOs descobertos no mês de novembro: 87;
  • NEOs descobertos desde 1° de janeiro de 2018: 972.

Novidades sobre a lista de risco

     Alguns novos objetos descobertos em julho entraram no topo da lista de risco.

  • 2018 NL está atualmente ranqueado em quarto na lista (de acordo com a escala Palermo), com um possível impacto no de 2060, com probabilidade de 1/2000, é um objeto com aproximadamente 40 metros de diâmetro.
  • 2018 NJ não está tão alto no rank, por que é pequeno, cerca de apenas 10 metros de diâmetro, mas suas chances de colisão no ano de 2083 são muito altas, cerca de 1/400. Essa probabilidade é a terceira mais alta na lista de impacto.
  • 2018 MC7 também fará sua aproximação em 2060, mas suas chances de colisão são de 1/8000, fazendo-o assim menos importante no rank.

Aproximações interessantes do mês de julho

Três objetos descobertos recentemente, ficaram relativamente brilhantes durante as suas aproximações durante o mês de julho.

  • Dois novos corpos, 2018 NW e 2018 NX, passaram bem perto do planeta Terra, cerca de 0,3 LD (distâncias lunares) no inicio de julho. Ambos tinham cerca de 10 metros de diâmetro e atingiram magnitude 15 durante as aproximações. Apesar das semelhanças, as orbitas dos dois objetos são muito diferentes e provavelmente os dois não possuem nenhuma relação.
  • 2018 NH, um grande corpo que passou a mais ou menos 1 LD de nós, também atingiu magnitude 15.
Nome do Objeto Tamanho em metros  Data da aproximação Distância Min

[LD]

Magnitude

Máxima

Velocidade em km/s
2018NX ~12,0  2018-Jul-07 0,304 15 ~4,1
2018NW ~11,0  2018-Jul-08 0,324 14,5 ~21,3
2018NM ~21,0 2018-Jul-17 1,396 17,6 ~6,7
2018NJ ~11,0 2018-Jul-07 2,370 19 ~6
2018OQ  ~20,0 2018-Jul-18 3,717 20 ~6,1
2018OY ~38,0 2018-Jul-21 6,219 18,8 ~10,1
2018OZ ~42,0 2018-Aug-06 6,983 18,7 ~9,6
2018NW1 ~37,0 2018-Jul-14 9,901 18,8 ~9,2
2018NV ~120 2018-Jul-07 9,965 16,1 ~6,6
2018NV2 ~49,0 2018-Jul-15 10,061 18,7 ~15,1

Fonte: <neo.ssa.esa.int/close-approaches>

  Em outras noticias

  • Finalmente um fragmento do asteroide 2018 LA, que se chocou com a Terra em junho, foi recuperado em Botswana.
  • Imagens de radar obtidas pelos rádios telescópios Goldstone, Arecibo e Green Bank, mostraram que o asteróide 2017 YE5 é um objeto binário, com dois corpos arredondados com massas similares e com quilômetros de diâmetro cada, um orbitando o outro.

Edição:  Guilherme Fernandes de Sena – membro do Clube Mochileiros da Galáxia e da estação SMS1 de Sobral – CE.

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